segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Sobre o campeonato brasileiro 2009 e as suas lições

É macacada.

2009 está acabando, e ontem acabou o campeonato.

Pois é, o Flamengo conquistou o título, com uma forcinha do Fluminense e Botafogo (só conferir os conflitos diretos dos dois times com os times do G4).

Agora, o Flamengo já é oficialmente Penta (1987 não vale, e nunca valerá).

Mas, vou te contar. Foi tenso ontem após o fim. As ruas viraram um verdadeiro pandemônio. Deu medo. Parecia aqueles filmes em que o fim do mundo se aproxima, os cavaleiros do apocalipse descem dos céus e a população enlouquecida vai às ruas destruir tudo que vê.

Eu saí da minha casa e fui levar minha namorada em casa em Icaraí. Flamenguistas bêbados ocupavam a rua. Tive que forçar a passagem, quase atropelando alguns. Por sorte, não sujei meu carro.

No caminho, em frente ao Fórum da Região oceânica, flamenguistas, comemorando um título queimaram um carro e dançavam em volta do fogo, como uma tribo africana.

Queimaram. Um. Carro.

Isso, porque GANHARAM o campeonato. Puta merda. Imagino se tivessem perdido.

Iriam sequestrar um ônibus, fazer os passageiros de refém, estuprar os passageiros, matá-los, estrupá-los novamente, estuprar o ônibus, e tacar fogo em tudo.


Em São Francisco, alguns imbecis caíram dentro do esgoto. Sei que é normal para a torcida rubro-negra tomar banho no esgoto, mas cair lá dentro bêbado é perigoso. Pode não achar a saída... ou morrer afogado.


Nenhuma grande perda, de qualquer forma.
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Bem, de qualquer forma, vamos deixar de falar mal dos outros e falar do que o campeonato brasileiro nos ensinou.

Pelo menos do que me ensinou.

Sou tricolor e vou dizer: teve momentos em que chorei que nem uma garotinha nesse campeonato.

Não sei direito explicar o que aconteceu esse ano, mas só sei que, no meio do ano, éramos lanterna do campeonato há umas 10 rodadas, ficamos 22 jogos sem ganhar (11 jogos sem ganhar, 1 vitória, 11 jogos sem ganhar). 98,5% é uma porcentagem absurda. Eu, sinceramente, já estava conformado com a queda.


Mas aí, tudo mudou.

Afinal, a vida é assim, não é?

Tinha uma única esperança: ganhar tudo. E foi o que fizemos.

Acreditamos, porque acreditar que era possível era tudo que era possível fazer.

Cara, eu já disse que chorei que nem uma garotinha. Mas foi mais de emoção, pela interação que a torcida e os jogadores tiveram do que por qualquer outra coisa.

Na final da Copa Sulamericana, quando perdemos, e a torcida começou a cantar pros jogadores, que foram pro meio de campo agradecer o esforço, não teve como segurar as lágrimas. Foi demais.


Se teve uma coisa que deu pra aprender é que realmente, nada é impossível.

Muito matemático deve ter torcido contra o Fluminense, para não ir parar no olho da rua.

Mas o que eu quero dizer, é que isso aqui não é só uma declaração para um time.

É uma mensagem de otimismo.


O que quero dizer é que, por mais manjado e idiota que possa parecer, não há coisa impossível. Então, não desista. Acredite, lute com força, que dá.

Pode parecer gay, discursozinho, lição de moral, mas não é. É o retrato de uma experiência real. E emocionante. E aí está, o Fluminense na Série A, para provar, o time do impossível.

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E parabéns a todos os times cariocas, por estarem novamente juntos na elite do futebol!


No final de contas, parece todos saíram felizes, não?


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Bônus?










EDIT: LOL!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Elefante

Então o que você resolveu, querida? E por que demorou tanto? Eu queria que tivesse algo que pudesse te manter aqui, eu queria que houvesse algo de errado comigo, mas não há. Tem que haver algo errado. Essas desculpas assumiram o controle. Então por que não dizer as coisas presas na sua cabeça e nunca ditas? Talvez você as diga o suficiente pra querer acreditar nelas. É assim que será? Como chegamos ao ponto em que amar se tornou tão doloroso? Aonde chegamos, querida? Eu não tenho o que dizer, porque tudo que eu posso dizer é pedir que você me entenda, e se eu pudesse pedir isso pra alguém, pediria pra mim mesmo antes de qualquer outro. Está tudo errado, aqui na savana. Já sentiu algo como sua personalidade se dividindo em duas? Três, quatro, oito? Quantas? Sabe o que é a dor do espírito? Não acredito que saiba, e nem acredito que lerás isso, então em frente com a orquestra, com esse balé de vultos em volta do leme. Eu dormi ontem à noite achando que te veria morta dentro do seu quarto, sabendo que você se sente tão sozinha lá dentro. Não importa as escolhas, você nunca saberá que nunca estará sozinha, e que eu estarei aqui, perdido em algum lugar do meu inferno particular. Deve ter algo de errado comigo. Por favor, me diga que há algo errado comigo, pra que eu possa me responsabilizar e consertar, eu mesmo, não ser medo. Eu nem sei que horas são, e pouco me importa. Perdi a noção do tempo enquanto preparava a nossa fuga para os lugares em que podíamos nos confortar. Tenho certeza que podíamos sair daqui até meia hora atrás. Tenho certeza que nunca nos livraremos dos sentimentos que isso agrega, e que é melhor eu não me importar. Se eu me sinto sozinho? O tempo todo. Mas se você vier comigo, então eu posso te mostrar que essas vidas que sentimos podem ser verdadeiras. Se você tirar seu tempo pra olhar em volta, não há nada de errado comigo. Não há nada de errado comigo que eu já não tenha mostrado. Não há nada errado comigo que já não tenha sido visto.