segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Post mega informativo e introspectivo

CARALHO.

PASSEI.

Passei, caralho.

Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho.

Passei, caralho.

Passei, caralho.
Passei, caralho.
Passei, caralho.
Passei, caralho.
Passei, caralho.
Passei, caralho.
Passei, caralho.
Passei, caralho.


Oh meu Deus.

Nem eu to acreditando. Morri com o carro antes mesmo de dar ré pra entrar na balisa, mas consegui não errar nada. Suei feito um nordestino, mas consegui. O_o

Passei, CARALEOOOO!

Feliz 2009 galera!

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Natal é coisa de criança

Post rápido.

Só pra dizer que não amo o natal, nem desgosto.

Tipo, Natal quando se é criança, é a festa mais importante do ano, seguida do seu aniversário e depois do dia das Crianças.

Mas, quando se fica velho, começa a ficar uma coisa escrota, tipo o dia das Mães, mesmo que eu continue ganhando presentes dos meus pais, namorada e avós (e sinto que o Natal ficará ainda mais escroto se eu deixar de ganhar).

Po, Ceia com a família é legal. Gosto da minha família, e sei que sentiria saudades das festas aqui em casa se magicamente elas deixassem de acontecer.

No entanto, fazer 3 festas no período de 1 semana com o mesmo pessoal também não é divertido. Legal que ainda dá pra jogar Wii com as crianças (que me divertem mais do que os adultos). Mas o foda é que cada vez mais, o pessoal (e eu mesmo) me cobra que eu sente com os adultos.

E, cara, papo de adulto é uma coisa muuuiiiito chata. Agoro entendo porque os adultos dispensam as crianças da conversa com a famosa frase: "Isso é papo de gente grande". É porque as crianças se matariam se tivessem que participar.

Só conversa sobre futebol antigo (não curto falar muito sobre futebol, ainda mais sobre os jogos do Pelé na década de 60, ou o time do fluminense na competição da taça de prata); música antiga; e crise econômica. Entendo agora porque os adultos gostam de beber cerveja enquanto conversam. Ajuda a te levar pra longe daquela chatice.

Pois, pra finalizar, fica aí a conclusão: O Natal não é ruim. Só perde o charme quando a gente vai ficando velho.


OBS: Ano que vem nasce o filho do meu primo. Quem sabe em uns dois anos, quando volte a ter papai noel aqui em casa e o pessoal se esforce em criar uma atmosfera mágica pra criança, o Natal possa voltar a ficar divertido...

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Tetos Pouco Familiares

Eu digo muitas coisas que me fazem ficar arrependido depois. Saber calar é uma virtude que eu não cultivei, porque ignoro distâncias, profundidades e tempos. Eu digo muitas coisas que não devia em momentos inapropriados, ou que não deviam ser ditas em momento algum. Mas essas coisas falam dentro de mim, e quando eu me distraio, elas falam por si próprias. Depois vem as consequências, as reações, os olhares bem intencionados, mas assustados, e eu me volto pra essas palavras, e vejo nelas um cisne.
Como vejo nas horas de insônia, deitado em minha cama, olhando para o escuro, do meu quarto, da minha mente, do meu mundo, enquanto esse escuro explode num teatro esfumaçado em dourado, fogos de artifícios num palco de cabaré, e uma peça protagonizada por várias partes diferentes de mim, aonde tudo que eu sempre quis faz uma participação especial, e em que o final é assustadoramente surrealista. Inacreditável, porque nunca acontecerá, porque essa peça você inventou pra suprir o seu coração partido, porque você tem medo dele, e ele só quer te fazer bem, mas é ingênuo e míope, incapaz de te levar aonde você quer chegar.
Você acha que está dormindo, mas está sentado confortavelmente numa poltrona, numa sala dispendiosamente ornamentada, em um apartamento vazio, assistindo televisão. Você sente que poderia morrer ali. Assistir esse filme até seus ossos virarem pó. E então, você sente frio, enquanto as bailarinas se debatem na tela. Você não percebeu que se despiu até seu esqueleto vulgar, e que o frio te agulha como um nascer do sol cru. Você poderia morrer ali.
Sem perceber que está trancado há dias no seu quarto, enquanto o mundo rui. Enquanto a maquinaria vira obsoleta, o amor vira uma lenda, a história se expande. E de tanto tempo passado ali, as coisas que você queria realmente dizer definharam, e foram enterradas com a sua cabeça. Olhe para o sol, e saiba que ele é uma pintura da sua vida. Arranhe a moldura o quanto quiser, você nunca vai conseguir entrar nela. Sua família te têm como o prodígio trágico, e você acha que ainda está dormindo. Você nem sabe mais a diferença entre estar acordado ou adormecido. Todos os seus motivos superiores. Você nem sabe mais quais.

- Ao som de: Circle Takes The Square - Non-Objective Portrait of Karma -

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Sentei ao lado de um cara com um rifle

Ando de ônibus em Niterói desde que me entendo por gente, então isso deve ser desde uns 3, ou 4 anos. Nessa época, andava com meus pais, avós ou babá. Desde os 11 ando sozinho mesmo. Desde os 16 passei a pegar ônibus após 23 horas da noite. Não ter um carro é uma constante na minha vida.

Essa é uma das desvantagens de se morar na Região Oceânica. Não importa o que você vá fazer, vai ter que pegar um ônibus, mesmo que esteja indo para algum lugar na Região Oceânica. Mas, muito provavelmente você vai para Icaraí / Centro mesmo, simplesmente porque praticamente tudo é lá.



Pois bem. Nesses anos todos de andança, pensei ter visto de tudo. Já vi assaltantes armados; já fui assaltado; já denunciei assaltos e vi a polícia chegar e fazer a prisão (yeah, baby); já vi bêbado chapado de maconha oferecendo flores pras donzelas; já recebi por engano oferta de flores por bêbados chapados de maconha; vi cegos pedintes de esmola pegarem moedas jogadas em pleno ar (DareDevil Style); vi travestis reclamando do programa que tinham feito, peguei ônibus lotados o suficiente para ter gente viajando com o tronco para fora da janela; vi gente montar cadeiras de praia nos corredores de ônibus lotados; cachorros transportados em caixa de OMO semi-cheias (isso fui eu que fiz, mas é outra história).





Bem, em conclusão: Achei que tinha visto de tudo.



Mas, igual à tudo na vida, sempre aparece um cara com um rifle no ônibus para nos surpreender.





Então, lá estava eu, hoje, meio-dia num 38A indo pra Icaraí. Um ônibus com quase todos os bancos cheios. Na parte de trás, atrás do cobrador, dois alunos de escola pública e um cara negro, pouco simpático. Podem me chamar de preconceituoso, etc e tal. Mas sempre fico com um pé atrás na hora de sentar ao lado de um afro-descendente com menos de 50 anos, por traumas passados. Vi que lá na frente do ônibus tinha uma garota (para quem é fresquinho e quer me crucificar, digo logo, era branca) com um violão. Pensei: "Bem, é uma garota e um violão. Que mal teria?".



Sentei.



Analisei melhor o violão e vi que não era um violão. Percebi que na verdade era uma espécie de berimbau, ou outro instrumento musical, envolto em uma capa de couro. Achei engraçado. Nunca tinha visto ninguém com um berimbau num ônibus. Muito menos guardado numa capa de couro.



Reparando melhor na garota, vi que ela tinha um seríssimo problema de acne. A cara era cheia de buracos. E reparei que ela não era uma garota. Era um cara, talvez um dos mais feios que já vi. Parecia um cantor do Hanson, só que ainda mais feio. Muito mais. Primeiramente, acho que deixar o cabelo comprido é uma das coisas mais gays que um cara pode fazer (só perde para 1- operação mudança de sexo e 2 - relacionamento homossexual). Segundo que o cara era feio, do modo como o Sloth dos Goonies era. No geral, lembrava um cruzamento de Sméagol com Kurt Cobain.



E ele usava umas roupas engraçadas. Parecia que tinha parado no tempo, na Nova Orleans do começo dos anos 90, no surgimento do movimento grunge. Usava um casacão verde, no estilo GAP, ou no estilo Rufus - O Lenhador. Engraçado também, e completamente deslocado para o calor que fazia.



Virei pra frente, não sou de ficar observando as pessoas ao meu lado, acho feio. Passados uns 10 minutos, o ônibus passava pelo Cemitério do Parque da Colina e o cara dormiu. O berimbau escorregou um pouco das mãos dele e de deslocou do lugar onde estava. Não reparei nada por um tempo.



Até que olhei para o lado do corredor e vi que uma uma velhinha me encarava, desesperada. Pensei: "Bem, parece que a fama se espalhou e essa velha já sabe quem eu sou >=) ". Mas, seguindo o olhar da velha, vi que não era pra mim que a velha olhava. Era por rapaz. Mais precisamente, para o que ele tinha em mãos. Por debaixo da capa de couro, dava pra ver nitidamente que era um berimbau com gatilho.



Analisando melhor, vi que não podia ser um berimbau, pois era muito grande, nem um violão, pois era muito fino. Seguindo o contorno da capa, pude ver o carregador, a alça da mira, o gatilho, a soleira e a coronha (aquela parte que você apóia no ombro para atirar). Deu pra entender que era um rifle, e que estava apontado para o chão. Fiquei pálido. "Uau, se eu estivesse do lado do cara negro estaria mais seguro". Maldito preconceito. Lembrei aonde eu tinha visto roupas iguais daquele cara. Nos filmes da Columbine High School. Decidi não me mexer, senão o cara acordava. Fiquei imóvel. Se estivesse brincando de estátua, seria a sensação. Senti que o ônibus todo me encarava, esperando o maníaco acordar e fazer a sua primeira vítima, que obviamente seria eu. AH, FILHOS DA PUTA. Se ele apontasse o cano pra mimm, eu pegava e apontava pra cabeça do primeiro que visse.

Bem. Consegui me manter imóvel do Largo da Batalha até a Roberto Silveira, para decepção do patléia. Quando cheguei no primeiro ponto da Roberto Silveira, puxei a corda e me levantei. O cara ao meu lado acordou. E sorriu pra mim. Caralho. Além de psicopata, ainda é viado. Nervoso, sorri torto de volta. E me virei pra sair do ônibus. Quando descia as escadas ouvi alguém declarando um assalto. Na rua, virei e vi que o negão dos fundos do ônibus estava de pé, com um revólver na mão, anunciando um assalto. Pensei: "Yes, isso aí, tomem isso seus hipócritas!Ainda bem que não sentei do lado dele!". Reparei que o cara do rifle segurou a arma, como se fosse esboçar uma reação e.....

E não vi nada. O ônibus andou e perdi a melhor parte da história. Aliviado por não estar lá e decepcionado por perder a conclusão, fui andando para o meu destino.

Chegando em um computador, procurei nos sites de notícia se alguém sabia da conclusão da históra Revólver X Rifle, ou se o cara do rifle tinha feito fosse lá o que ele queria fazer com ele.

Não achei nada. Se alguém souber, comenta. Afinal, em Niterói todo mundo acaba sabendo de tudo, e quando a gente acha que ouviu de tudo...bem, andar de ônibus prova estarmos errados.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Diálogo de Recordação

É como se eu tivesse pego carona numa mentira, e nessa mentira, descobrisse uma verdade. Aquela verdade que você não queria. As heras crescendo do outro lado do muro de concreto que é a sua caixa toráxica. Você tem milhões de motivos pra rir, mas você escolhe olhar para o chão sem motivo algum. A sua cabeça erguida ao horizonte não passa de lembrança. Ou talvez seriam as lembranças que te assombram? Tudo que você quis, todos os seus sonhos, todos os seus planos, todos eles viraram as costas pra você; choraram ao fazê-lo, mas mesmo assim o fizeram, e seguiram adiante. O mundo seguiu adiante. Você seguiu adiante. Tentaram te salvar, te mostrar ventos diferentes, mas você só queria se proteger. Só não queria passar por isso outra vez, mas você está aqui, de novo, comigo. Como o Sol e a Lua. Como a sua solidão na velocidade da noite. Como se você não fosse a estrela mais brilhante do céu infindo de estrelas brilhantes, e de tanto amor, morresse em uma pena, uma pena de alívio, o seu muro ruindo, e a enchente tomando um mundo, o seu mundo, o seu coração respirando ventos diferentes, pela última vez em você-nem-se-lembra-quanto tempo. Pela última vez na sua história, uma última valsa em nossa memória. Seremos pra sempre uma valsa em nossa memória. A página mais importante ignorada de um livro cheio das mais belas histórias. Eu sinto dor. Eu sinto meu coração batendo forte contra o concreto. Mas não o sinto ceder.
Este é um diálogo de recordação.

- Ao som de: Hopesfall - Andromeda -

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Legião

A ignorância é uma benção. Saber demais tira o mistério das coisas, a magia do simples, o charme de simplesmente ser. Deixar as ondas baterem na areia. Não construir castelos com ela. Ser, por si só, talvez seja uma boa idéia. Deixar as ondas baterem nos castelos, afogar cisnes nas águas geladas do mar. Talvez não seja a hora de falar sobre isso. Ainda não é tempo, trepidante tempo. Uma pessoa em singular. Deixe estar, deixe-me ser, eu mesmo. Como se fosse um (uma pessoa em singular) e não outro. Deixe estar no fundo do oceano. Hoje à noite faremos nossas camas no fundo do oceano. Como velhos amigos. Como grandes inimigos. Como completos desconhecidos. Como o Sol e a Lua. Seremos mais por menos. Sejamos sinceros. Vejo um começo que se confunde com o fim, que retoma o meio, e este, não sabe aonde quer chegar. Hoje sou mais eu do que antes. Mais "eus" do que antes. Deixar as ondas baterem nos pés enterrados na areia. Aonde começa? Existe um fim? Afogar sentimentos na água gelada da solidão. Só um arranhão a morder a pele, uma gota de sangue pra convidá-los. E eu viro meu rosto da platéia, enquanto minhas costas se sentem cada vez mais compelidas. Dizer. Não sentir. Só uma vítima dividida. Uma parte para os lobos. Uma parte para ti. Deixar as ondas rasgarem a areia das páginas da História. Talvez eu tenha posto muita fé no acidente. Afogar tudo que floresceu sorrateiramente nas águas enganosas do mar gelado. E finalmente poderei dormir (uma pessoa em singular).