segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Post mega informativo e introspectivo

CARALHO.

PASSEI.

Passei, caralho.

Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho. Passei; caralho.

Passei, caralho.

Passei, caralho.
Passei, caralho.
Passei, caralho.
Passei, caralho.
Passei, caralho.
Passei, caralho.
Passei, caralho.
Passei, caralho.


Oh meu Deus.

Nem eu to acreditando. Morri com o carro antes mesmo de dar ré pra entrar na balisa, mas consegui não errar nada. Suei feito um nordestino, mas consegui. O_o

Passei, CARALEOOOO!

Feliz 2009 galera!

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Natal é coisa de criança

Post rápido.

Só pra dizer que não amo o natal, nem desgosto.

Tipo, Natal quando se é criança, é a festa mais importante do ano, seguida do seu aniversário e depois do dia das Crianças.

Mas, quando se fica velho, começa a ficar uma coisa escrota, tipo o dia das Mães, mesmo que eu continue ganhando presentes dos meus pais, namorada e avós (e sinto que o Natal ficará ainda mais escroto se eu deixar de ganhar).

Po, Ceia com a família é legal. Gosto da minha família, e sei que sentiria saudades das festas aqui em casa se magicamente elas deixassem de acontecer.

No entanto, fazer 3 festas no período de 1 semana com o mesmo pessoal também não é divertido. Legal que ainda dá pra jogar Wii com as crianças (que me divertem mais do que os adultos). Mas o foda é que cada vez mais, o pessoal (e eu mesmo) me cobra que eu sente com os adultos.

E, cara, papo de adulto é uma coisa muuuiiiito chata. Agoro entendo porque os adultos dispensam as crianças da conversa com a famosa frase: "Isso é papo de gente grande". É porque as crianças se matariam se tivessem que participar.

Só conversa sobre futebol antigo (não curto falar muito sobre futebol, ainda mais sobre os jogos do Pelé na década de 60, ou o time do fluminense na competição da taça de prata); música antiga; e crise econômica. Entendo agora porque os adultos gostam de beber cerveja enquanto conversam. Ajuda a te levar pra longe daquela chatice.

Pois, pra finalizar, fica aí a conclusão: O Natal não é ruim. Só perde o charme quando a gente vai ficando velho.


OBS: Ano que vem nasce o filho do meu primo. Quem sabe em uns dois anos, quando volte a ter papai noel aqui em casa e o pessoal se esforce em criar uma atmosfera mágica pra criança, o Natal possa voltar a ficar divertido...

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Tetos Pouco Familiares

Eu digo muitas coisas que me fazem ficar arrependido depois. Saber calar é uma virtude que eu não cultivei, porque ignoro distâncias, profundidades e tempos. Eu digo muitas coisas que não devia em momentos inapropriados, ou que não deviam ser ditas em momento algum. Mas essas coisas falam dentro de mim, e quando eu me distraio, elas falam por si próprias. Depois vem as consequências, as reações, os olhares bem intencionados, mas assustados, e eu me volto pra essas palavras, e vejo nelas um cisne.
Como vejo nas horas de insônia, deitado em minha cama, olhando para o escuro, do meu quarto, da minha mente, do meu mundo, enquanto esse escuro explode num teatro esfumaçado em dourado, fogos de artifícios num palco de cabaré, e uma peça protagonizada por várias partes diferentes de mim, aonde tudo que eu sempre quis faz uma participação especial, e em que o final é assustadoramente surrealista. Inacreditável, porque nunca acontecerá, porque essa peça você inventou pra suprir o seu coração partido, porque você tem medo dele, e ele só quer te fazer bem, mas é ingênuo e míope, incapaz de te levar aonde você quer chegar.
Você acha que está dormindo, mas está sentado confortavelmente numa poltrona, numa sala dispendiosamente ornamentada, em um apartamento vazio, assistindo televisão. Você sente que poderia morrer ali. Assistir esse filme até seus ossos virarem pó. E então, você sente frio, enquanto as bailarinas se debatem na tela. Você não percebeu que se despiu até seu esqueleto vulgar, e que o frio te agulha como um nascer do sol cru. Você poderia morrer ali.
Sem perceber que está trancado há dias no seu quarto, enquanto o mundo rui. Enquanto a maquinaria vira obsoleta, o amor vira uma lenda, a história se expande. E de tanto tempo passado ali, as coisas que você queria realmente dizer definharam, e foram enterradas com a sua cabeça. Olhe para o sol, e saiba que ele é uma pintura da sua vida. Arranhe a moldura o quanto quiser, você nunca vai conseguir entrar nela. Sua família te têm como o prodígio trágico, e você acha que ainda está dormindo. Você nem sabe mais a diferença entre estar acordado ou adormecido. Todos os seus motivos superiores. Você nem sabe mais quais.

- Ao som de: Circle Takes The Square - Non-Objective Portrait of Karma -

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Sentei ao lado de um cara com um rifle

Ando de ônibus em Niterói desde que me entendo por gente, então isso deve ser desde uns 3, ou 4 anos. Nessa época, andava com meus pais, avós ou babá. Desde os 11 ando sozinho mesmo. Desde os 16 passei a pegar ônibus após 23 horas da noite. Não ter um carro é uma constante na minha vida.

Essa é uma das desvantagens de se morar na Região Oceânica. Não importa o que você vá fazer, vai ter que pegar um ônibus, mesmo que esteja indo para algum lugar na Região Oceânica. Mas, muito provavelmente você vai para Icaraí / Centro mesmo, simplesmente porque praticamente tudo é lá.



Pois bem. Nesses anos todos de andança, pensei ter visto de tudo. Já vi assaltantes armados; já fui assaltado; já denunciei assaltos e vi a polícia chegar e fazer a prisão (yeah, baby); já vi bêbado chapado de maconha oferecendo flores pras donzelas; já recebi por engano oferta de flores por bêbados chapados de maconha; vi cegos pedintes de esmola pegarem moedas jogadas em pleno ar (DareDevil Style); vi travestis reclamando do programa que tinham feito, peguei ônibus lotados o suficiente para ter gente viajando com o tronco para fora da janela; vi gente montar cadeiras de praia nos corredores de ônibus lotados; cachorros transportados em caixa de OMO semi-cheias (isso fui eu que fiz, mas é outra história).





Bem, em conclusão: Achei que tinha visto de tudo.



Mas, igual à tudo na vida, sempre aparece um cara com um rifle no ônibus para nos surpreender.





Então, lá estava eu, hoje, meio-dia num 38A indo pra Icaraí. Um ônibus com quase todos os bancos cheios. Na parte de trás, atrás do cobrador, dois alunos de escola pública e um cara negro, pouco simpático. Podem me chamar de preconceituoso, etc e tal. Mas sempre fico com um pé atrás na hora de sentar ao lado de um afro-descendente com menos de 50 anos, por traumas passados. Vi que lá na frente do ônibus tinha uma garota (para quem é fresquinho e quer me crucificar, digo logo, era branca) com um violão. Pensei: "Bem, é uma garota e um violão. Que mal teria?".



Sentei.



Analisei melhor o violão e vi que não era um violão. Percebi que na verdade era uma espécie de berimbau, ou outro instrumento musical, envolto em uma capa de couro. Achei engraçado. Nunca tinha visto ninguém com um berimbau num ônibus. Muito menos guardado numa capa de couro.



Reparando melhor na garota, vi que ela tinha um seríssimo problema de acne. A cara era cheia de buracos. E reparei que ela não era uma garota. Era um cara, talvez um dos mais feios que já vi. Parecia um cantor do Hanson, só que ainda mais feio. Muito mais. Primeiramente, acho que deixar o cabelo comprido é uma das coisas mais gays que um cara pode fazer (só perde para 1- operação mudança de sexo e 2 - relacionamento homossexual). Segundo que o cara era feio, do modo como o Sloth dos Goonies era. No geral, lembrava um cruzamento de Sméagol com Kurt Cobain.



E ele usava umas roupas engraçadas. Parecia que tinha parado no tempo, na Nova Orleans do começo dos anos 90, no surgimento do movimento grunge. Usava um casacão verde, no estilo GAP, ou no estilo Rufus - O Lenhador. Engraçado também, e completamente deslocado para o calor que fazia.



Virei pra frente, não sou de ficar observando as pessoas ao meu lado, acho feio. Passados uns 10 minutos, o ônibus passava pelo Cemitério do Parque da Colina e o cara dormiu. O berimbau escorregou um pouco das mãos dele e de deslocou do lugar onde estava. Não reparei nada por um tempo.



Até que olhei para o lado do corredor e vi que uma uma velhinha me encarava, desesperada. Pensei: "Bem, parece que a fama se espalhou e essa velha já sabe quem eu sou >=) ". Mas, seguindo o olhar da velha, vi que não era pra mim que a velha olhava. Era por rapaz. Mais precisamente, para o que ele tinha em mãos. Por debaixo da capa de couro, dava pra ver nitidamente que era um berimbau com gatilho.



Analisando melhor, vi que não podia ser um berimbau, pois era muito grande, nem um violão, pois era muito fino. Seguindo o contorno da capa, pude ver o carregador, a alça da mira, o gatilho, a soleira e a coronha (aquela parte que você apóia no ombro para atirar). Deu pra entender que era um rifle, e que estava apontado para o chão. Fiquei pálido. "Uau, se eu estivesse do lado do cara negro estaria mais seguro". Maldito preconceito. Lembrei aonde eu tinha visto roupas iguais daquele cara. Nos filmes da Columbine High School. Decidi não me mexer, senão o cara acordava. Fiquei imóvel. Se estivesse brincando de estátua, seria a sensação. Senti que o ônibus todo me encarava, esperando o maníaco acordar e fazer a sua primeira vítima, que obviamente seria eu. AH, FILHOS DA PUTA. Se ele apontasse o cano pra mimm, eu pegava e apontava pra cabeça do primeiro que visse.

Bem. Consegui me manter imóvel do Largo da Batalha até a Roberto Silveira, para decepção do patléia. Quando cheguei no primeiro ponto da Roberto Silveira, puxei a corda e me levantei. O cara ao meu lado acordou. E sorriu pra mim. Caralho. Além de psicopata, ainda é viado. Nervoso, sorri torto de volta. E me virei pra sair do ônibus. Quando descia as escadas ouvi alguém declarando um assalto. Na rua, virei e vi que o negão dos fundos do ônibus estava de pé, com um revólver na mão, anunciando um assalto. Pensei: "Yes, isso aí, tomem isso seus hipócritas!Ainda bem que não sentei do lado dele!". Reparei que o cara do rifle segurou a arma, como se fosse esboçar uma reação e.....

E não vi nada. O ônibus andou e perdi a melhor parte da história. Aliviado por não estar lá e decepcionado por perder a conclusão, fui andando para o meu destino.

Chegando em um computador, procurei nos sites de notícia se alguém sabia da conclusão da históra Revólver X Rifle, ou se o cara do rifle tinha feito fosse lá o que ele queria fazer com ele.

Não achei nada. Se alguém souber, comenta. Afinal, em Niterói todo mundo acaba sabendo de tudo, e quando a gente acha que ouviu de tudo...bem, andar de ônibus prova estarmos errados.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Diálogo de Recordação

É como se eu tivesse pego carona numa mentira, e nessa mentira, descobrisse uma verdade. Aquela verdade que você não queria. As heras crescendo do outro lado do muro de concreto que é a sua caixa toráxica. Você tem milhões de motivos pra rir, mas você escolhe olhar para o chão sem motivo algum. A sua cabeça erguida ao horizonte não passa de lembrança. Ou talvez seriam as lembranças que te assombram? Tudo que você quis, todos os seus sonhos, todos os seus planos, todos eles viraram as costas pra você; choraram ao fazê-lo, mas mesmo assim o fizeram, e seguiram adiante. O mundo seguiu adiante. Você seguiu adiante. Tentaram te salvar, te mostrar ventos diferentes, mas você só queria se proteger. Só não queria passar por isso outra vez, mas você está aqui, de novo, comigo. Como o Sol e a Lua. Como a sua solidão na velocidade da noite. Como se você não fosse a estrela mais brilhante do céu infindo de estrelas brilhantes, e de tanto amor, morresse em uma pena, uma pena de alívio, o seu muro ruindo, e a enchente tomando um mundo, o seu mundo, o seu coração respirando ventos diferentes, pela última vez em você-nem-se-lembra-quanto tempo. Pela última vez na sua história, uma última valsa em nossa memória. Seremos pra sempre uma valsa em nossa memória. A página mais importante ignorada de um livro cheio das mais belas histórias. Eu sinto dor. Eu sinto meu coração batendo forte contra o concreto. Mas não o sinto ceder.
Este é um diálogo de recordação.

- Ao som de: Hopesfall - Andromeda -

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Legião

A ignorância é uma benção. Saber demais tira o mistério das coisas, a magia do simples, o charme de simplesmente ser. Deixar as ondas baterem na areia. Não construir castelos com ela. Ser, por si só, talvez seja uma boa idéia. Deixar as ondas baterem nos castelos, afogar cisnes nas águas geladas do mar. Talvez não seja a hora de falar sobre isso. Ainda não é tempo, trepidante tempo. Uma pessoa em singular. Deixe estar, deixe-me ser, eu mesmo. Como se fosse um (uma pessoa em singular) e não outro. Deixe estar no fundo do oceano. Hoje à noite faremos nossas camas no fundo do oceano. Como velhos amigos. Como grandes inimigos. Como completos desconhecidos. Como o Sol e a Lua. Seremos mais por menos. Sejamos sinceros. Vejo um começo que se confunde com o fim, que retoma o meio, e este, não sabe aonde quer chegar. Hoje sou mais eu do que antes. Mais "eus" do que antes. Deixar as ondas baterem nos pés enterrados na areia. Aonde começa? Existe um fim? Afogar sentimentos na água gelada da solidão. Só um arranhão a morder a pele, uma gota de sangue pra convidá-los. E eu viro meu rosto da platéia, enquanto minhas costas se sentem cada vez mais compelidas. Dizer. Não sentir. Só uma vítima dividida. Uma parte para os lobos. Uma parte para ti. Deixar as ondas rasgarem a areia das páginas da História. Talvez eu tenha posto muita fé no acidente. Afogar tudo que floresceu sorrateiramente nas águas enganosas do mar gelado. E finalmente poderei dormir (uma pessoa em singular).

domingo, 30 de novembro de 2008

O que eu quero fazer da minha vida

Prezado professor Ronaldo Lobão, segue abaixo uma cópia da segunda avaliação da sua disciplina Sociologia Jurídica; o trabalho, de 4 páginas com o título "O que eu quero fazer da minha vida".

"Universidade Federal Fluminense
Sociologia Jurídica - 2008.2
Professor: Ronaldo Lobão
Aluno: Rodrigo Saad Corrêa

O que eu quero fazer da minha vida

Grande parte da sociedade encontra-se diante de um dilema: escolher uma profissão que proporcione uma boa renda ou uma que dê prazer de trabalhar? O melhor dos mundos certamente seria conciliar ambos; na prática, no entanto, isso é difícil de se encontrar. Ainda mais quando se tem que escolher qual área seguir para o resto da sua vida quando se está completando 18 anos.

Pouquíssimos são os que trabalham apenas por prazer, mas estes possuem uma capacidade melhor de empregarem os seus talentos. Porém, é provável que estes vivam em dificuldades financeiras e com acesso deficiente a serviços básicos essenciais, visto que a rede de atendimento de serviços públicos no Brasil é falha.

Já a maior parte acaba trabalhando apenas por dinheiro, a fim de adquirir uma boa renda. Não é de se surpreender, portanto, que, segundo NUNES e CARVALHO (2007), cerca 30% dos estudantes de ensino superior no Brasil cursem os cursos de Direito ou Administração, cursos que tradicionalmente formam profissionais com lucros significativos, quando comparados com o rendimento médio do brasileiro. Percebe-se, portanto, o diploma de curso superior como uma perspectiva para obter altos lucros numa futura profissão. Também se percebe, uma procura maior pelos cursos que têm, à bruto modo, “lucratividade maior”. Daí, é claro, ocorre uma saturação no mercado de trabalho, e, somando-se àqueles que, simplesmente, odeiam a profissão que escolheram, não é de se surpreender que, segundo a mesma pesquisa dos autores supra-citados, 53% das pessoas com ensino superior não atuem em sua área de formação, com exceção dos formando em Medicina.

Bem, no meu caso, quero conciliar ambos. Sei que provavelmente todos querem o mesmo, mas, pelo menos até agora eu tenho gostado do Direito, o que já é meio caminho andado. Ganhar dinheiro é parte do jogo também, mas não é o jogo; na verdade, é mais uma conseqüência da profissão que eu quero até. Não nasci numa manjedoura, nem quero morar com minha família debaixo da ponte ou num kitnet; porém a idéia de passar todas as minha férias no Caribe, bebendo cocktails na beira de uma piscina envolta por palmeiras também não está nos meus planos. Se eu conseguir fechar duas portas, a da riqueza e da pobreza, tá bom.

Agora, vem a questão: se eu não estou pensando só no dinheiro, porquê então começar falando dele? Ora, para poder me defender com antecedência das idéias pré-concebidas que as pessoas têm quando digo a profissão que pretendo seguir. Pois, sempre quando digo que quero ser juiz, todos vêm com um discurso similar: “Ah Rodrigo, excelente escolha garoto, já garante seu futuro desde cedo...”; todavia, ninguém indaga, nem quer realmente saber, as razões pela qual eu quero ser magistrado.

BONELLI (2005) defende que a mídia influencia na visão da sociedade quanto aos magistrados, mostrando-os como um grupo idealizado e coeso. Aprendi, após ingressar na faculdade, ou talvez até um pouco antes disso mesmo, que não existe grupo profissional com identidade única. E talvez, eu tenha sido influenciado de certo modo por ambos pontos de vista: o primeiro, essa visão idealizada do juiz foi um dos motivos que me fez querer cursar direito; o segundo, essa visão fragmentada, foi um dos motivos que me fez querer continuar estudando direito. Afinal, assim eu entendi que caso eu chegue aonde quero, não seria o único com um ponto de vista discordante da ordem vigente; que teriam outras pessoas no grupo para compor comigo uma minoria para lutar, pleitear, crescer, e talvez obter resultados. Não estou dizendo que eu queria mudar o mundo ou que eu seja um visionário. Mas ser juiz não é o ponto final aonde eu quero chegar. Ao contrário, é antes um primeiro passo. E qual é o ponto final? Sei lá, provavelmente o topo. Todavia, imagino que se eu for um bom juiz, se fizer tudo certo e jogar apenas o jogo pelas regras certas dessa minoria, nunca vão me permitir chegar ao topo.

Aí, tudo bem, vem o conformismo mesmo. Mudemos o que está ao nosso alcance, sob a nossa jurisdição. Talvez o que eu queira mesmo seja estudar todas as legislações para passar num concurso público, me dando um cargo que me permita tomar decisões totalmente arbitrárias, segundo o meu conceito de justo e de bem. Ou talvez eu julgue conforme a lei mesmo, mas trabalhe mesmo, lendo detalhadamente os processos, consultando os códigos, e ainda assim desencalhando processos e adiando audiências. Nisso meu grande exemplo é minha mãe, uma juíza estadual, recente no cargo (2005), porém, workaholic. Fico impressionado como ela consegue passar uma semana inteira fora de casa e ainda assim passa o final de semana julgando pilhas de processos atrasados que traz para cá, todos oriundos da vara que ela pega no rodízio mensal de localidade. Bem, eis aí o outro motivo, e talvez o mais forte que me levou a ser juiz.

Outros exemplos que eu tenho são o professor Fragale e até mesmo o senhor, professor Lobão. Nunca conheci o professor Fragale professor e nunca o ouvi falar (tive que faltar a palestra que ele deu nas comemorações dos 20 anos da Constituição). Entretanto, sei que ele é juiz e dá as mesmas aulas que o senhor. Ora, por incrível que pareça, as aulas de Sociologia Jurídica são uma das poucas nas quais eu presto atenção e gosto, pois são aulas que transmitem boas idéias. Logo, se ele é juiz, consegue fazer o trabalho dele, e transmite a mesma matéria que você transmite, com os ideais de pluralismo jurídico e todos os outros, deve ser uma excelente pessoa. Quem sabe não seja isso que quero ser? Juiz atuante na sociedade e professor universitário, estimulando a pesquisa jurídica como forma de propor novas teorias sociais?

Aí está uma boa resposta para a pergunta que o senhor propôs na sala de aula como pergunta para a segunda avaliação: “O que eu quero fazer da minha vida?”. Quero ser um juiz como minha mãe é e um professor como você. Quero fazer duas coisas e fazer as duas bem.

Acho que se tomei essa decisão, também em muito fui influenciado pela escolha da UFF como faculdade de Direito. Quando escolhi abandonar uma vaga na UERJ no primeiro semestre, todo mundo chiou, só faltou me bater. Uma das poucas pessoas que me apoiaram foi minha mãe (também formada pela UFF). E vou dizer, acho que foi uma decisão muito acertada. Pois, se não aprendi praticamente nada como operador de Direito neste último ano, foi porque a faculdade estimula algo muito mais importante nos alunos: A capacidade de pensar, de ter uma visão crítica do mundo. Aprendi que a lei não é una, e que não existe só uma lei. Conheci o pluralismo jurídico, aprendi que existem diversas realidades, diversos pontos de vista, e que a lei deve conhecer todos. Aprendi que não existe o jus-naturalista bonzinho e o positivista malvado. Conheci Kant, Bobbio, e outros caras que começam a moldar a minha cabeça e minha forma de ver o mundo. E, acima de tudo, aprendi que o Direito não é uma ciência exata.

Então, com base nessas teorias todas, tive uma idéia: “Vou fazer o que der pra fazer”. E aí, por exemplo, estou eu no CAEV, disposto a mudar a faculdade e seus alunos, para que esses possam mudar a sociedade depois de formados. Pode ser que não dê, mas se tiver possibilidade, tenho que tentar.

E, se virar mesmo juiz, fazer o mesmo. Apesar de não ter idéia se minhas decisões vão de algum modo mexer na sociedade, tornando-a um lugar mais justo, tenho que tentar, tenho que ser bom no que eu faço. E o mesmo como professor. Ainda que eu tema que nenhum aluno meu preste atenção em nada do que eu digo, ainda que a maioria saia da aula e transforme todos os ensinamentos sobre Direito ou Sociologia ou o que eu ensinar, em conversa de botequim, tenho que me focar e dar o meu melhor para dar uma boa aula, passar bons valores para que meus alunos compreendam a minha aula e consigam incorporar meus ensinamentos em suas vidas, ainda que só vão aplicá-los depois de se formarem; mas ainda assim guardar essa esperança, pois se pelo menos alguns poucos realmente fizerem o que aprenderam, já vai ter sido uma glória; assim como fui influenciado pelo senhor, professor, e por alguns poucos outros professores da casa.

Então, é isso aí. Creio ser isso que quero fazer da minha vida. Se vai dar certo, só o tempo vai dizer mesmo. Entretanto, não vou desistir tão facilmente do que escrevi aqui, e o que der pra fazer para conquistar esses objetivos, farei.






Bibliografia:
- NUNES, Édson e CARVALHO, Márcia Marques de (2007). “Ensino universitário, corporação e profissão: paradoxos e dilemas brasileiros”. Em: Revista Sociologias, Porto Alegre, ano 9, nº 17, janeiro/junho, p. 190-215.
- BONELLI, Maria da Glória (2005). “Ideologias do profissionalismo em disputa na magistratura paulista”. em: Revista Sociologias, Porto Alegre, ano 7, nº 13, janeiro/junho, p. 110-135."
*
*
*
*
*
*
E aí? Dá pra tirar 10?

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Post mais inútil que isso, impossível

Milton Nascimento nasceu em Minas Gerais e adorava sua cidade.
Quando um fã lhe disse que pegando as primeiras sílabas de cada nome seu daria "Minas", ele ficou louco de felicidade e fez 2 discos de muito sucesso com esse nome.

Curiosidade: Autistando hoje no ônibus (é lá que eu penso nos posts), pensei como era estranho me chamar Rodrigo (ninguém me chama assim, nem meus pais). Caralho, de vez em quando eu não me vejo como Rodrigo. Parece nome de velho.
Me chamam de Saad, Fuin, Rô (na família), sem contar no sem número de apelidos carinhosos que minha namorada me chama.
Mas Rodrigo?
Nem eu me chamo assim.
Aí, eu pensei no meu nome, Rodrigo Saad Corrêa .
Pensei como um americano pronunciaria meu nome, me chamando: "Roudrrrigou!"
Ou um japônes: "Ludoligo!"

Aí, fiz a brincadeira do Milton Nascimento, que descrevi ali acima.
E o que deu?
"Rosa Cor"!
HAueauhuaeuhauha, que tosco! "Rosa Cor"! Tá aí um bom pseudônimo feminino!






E é só isso mesmo, este é um post inútil, uma curiosidade, numa semana de férias em que eu não fiz nenhum dos trabalhos que vou me desesperar fazendo no fim de semana!


E já que estamos neste clima de inutilidade curiosa, digam, como fica o nome com as primeiras sílabas dos seus nomes?

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Eu Mal Posso Esperar Pelo Natal

Eu odeio o Natal. Com certeza, esse ano farei um post insultando esse evento anual que já me emputeceu seriamente dezoito vezes em toda a minha vida. Mas esse ano, eu já comecei a contar os dias. Esse ano, meu Natal significará um período de transição.
O período letivo vai ter acabado, e não vou ter mais o que correr atrás. Ou perdi ou passei, caso encerrado, até o ano que vem. E eu não aguento mais provas. Nem micróbios, pelo menos até janeiro.
Mas sem problemas, porque passarei janeiro trabalhando. E por vontade própria. Acho que herdei a genética workaholic do meu pai. Juro que um dos dias mais felizes da minha vida foi quando saí do estágio às dez horas da noite. Meu problema é assistir aula, fazer provas; produzir me deixa satisfeito comigo mesmo.
Não me preocuparei com nada. Minha dúvida crucial de cada dia será "o que será que tem pro almoço" ou "que horas devo sair pra encher a fuça de cerveja". Poderei passar o dia todo de pijama, olhando pro teto, com as luzes desligadas, som ambiente, foda-se o mundo. Só eu e eu. Muito prazer.
No dia seguinte a esse evento fatídico, prepararei minhas malas. Dois dias depois, entrarei em período de reclusão. Sete dias com a minha família, composta somente de indivíduos sem um pingo de noção - afinal de contas, eu tinha que sair de algum lugar, - em um hotel em Angra dos Reis, com tudo liberado todo o dia, incluindo bebida, e festa toda noite.
Sem contar que, provavelmente, já terei resolvido minhas pendências atuais. Menos um turbilhão de coisas pra me encherem a cabeça, dando espaço pra enchê-la de cachaça. Ou whisky. Afinal de contas, eu vou estar em Angra dos Reis. Façamos as coisas da maneira que elas devem ser feitas.
Falta menos de um mês. Acho que nem isso eu consigo esperar.

- Ao som de: The Alchemy - Kevin Arnold -

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Pausa

É feriado; portanto não há nada para ser feito.
Quer saber?
Hoje só quero dar uma pausa na vida e não fazer nada.
Acordei hoje cedo e fui confiante fazer a prova prática de direção pela segunda vez. Estava indo bem, até ser eliminado.
Sux, né?
Têm coisas piores, tipo câncer, ou perder um membro do corpo. Ou viver à base de morfina. Ou ser tão pobre que têm que roubar para se ter um Playstation 1. Ou só descobrir que casou com um traveco 6 meses depois (li que um cara passou por isso num jornal hoje. Sério!)
Mas minha auto-confiança (que nunca foi lá muito grande), foi por água abaixo, junto com boa parte do meu dia.
É claro, ter com quem contar (família, namorada, amigos) ajuda. Mas o foda é que eu fracassei.
Á título de comparação, seria programar a foda mais espetacular do mundo por um mês inteiro, chegar no quarto, ouvir a moçoila dizer: "Vem, você tem 4 minutos para botar e tirar o seu carro da minha baliza, e depois você vai dar uma volta em mim todinha........e se você conseguir, vai ter uma autorização pra fazer tudo que quiser, onde quiser!" e........broxar na hora H (aquela broxada épica, onde o pinto fica preto, murcho e quase descola do saco). E só ter uma outra chance (no meu caso, uma terceira), daqui a um mês.

Portanto, resolvi dar uma pausa de tudo nesse feriado.
Planos para amanhã: dormir o dia todo.
Depois de amanhã: dormir também.
Os próximos 5 dias úteis: Dormir também.

[Não sei exatamente se estou de férias. Acho que tem gente que estuda as mesmas matérias que eu que está. Sei (acho) que semana que vem não tem aula, e é capaz de não ter na outra. Mas sei que tenho que voltar na faculdade nessa outra semana entregar uns trabalhos que tinham que ser entregues na semana passada. Bem, a faculdade é bagunçada, logo, posso ser também, certo? Só queria saber se estou de férias, se alguém souber, me avisa.]

Então, é isso aí.
Vou dar uma de Fábio Assunção e enfiar o rabo entre as pernas. Talvez me internar numa clínica de reabilitação, pois sempre quis um bom pretexto para não me drogar. Ou num convento sádico, tipo daqueles filmes europeus dos anos 70, pois sempre quis ir a um convento sádico do cinema europeu dos anos 70.


E acima de tudo quero dormir.
Quem sabe quando eu acordar eu não queira dar uma volta............a pé.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Arrebatamento

Eu faria algo diferente dessa vez, se ao menos me pedissem. Faria tudo de um outro ângulo, com outra abordagem, outra visão, outros olhos. Faria da forma mais agradável pra todos nós, para que no fim do dia, pudéssemos nos sentir como se esse dia qualquer tivesse significado. Não tem nada de errado comigo, nada de errado com você, nada de errado com nenhum de nós que eu veria até o final. Nada de errado que não possa ser tracejado de volta pra você. Tome um tempo, olhe ao redor. Entenda ao invés de simplesmente ver. E eu diria algo novo, algo que te surpreendesse, te trouxesse um novo horizonte.

- Ao som de: Circle Takes The Square - A Crater To Cough In -

domingo, 16 de novembro de 2008

Fim de período é foda

Eu podia falar hoje sobre: "Wow, puta merda, mal entrei na faculdade e meu primeiro ano está acabando, já estou indo pro 3º período!"
Mas não tenho tempo nem pra isso, então guardo essa pra outro dia.

Fim de período é foda.
É o purgatório de toda a vagabundagem do período inteiro, onde você tem que pagar seus pecados antes de ir pro céu... ou pro inferno, se falhar.

Foi mal, blog largado, coisas pra fazer.

Mas tá brabo mesmo, e o dever me chama!

CR ao infinito e além, fui!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A Fúria de Sadako (Samara Zumbi)

Ricardo diz:
qual foi surica?
Ricardo diz:
denovo com essa mania de futebol, cara?
Henrique de Gilead - http://blogdainsomnia.blogspot.com/ diz:
HSUHSAUHAUHSUAHSUASHUA
Henrique de Gilead - http://blogdainsomnia.blogspot.com/ diz:
sempre, cara
Ricardo diz:
vc se diverte com pouco mesmo...
Ricardo diz:
po maluco...me deu uma vontade de rolar um gbzinho malefico agora
Henrique de Gilead - http://blogdainsomnia.blogspot.com/ diz:
eu até te acompanharia
Henrique de Gilead - http://blogdainsomnia.blogspot.com/ diz:
mas tenho prova amanhã de manhã
Ricardo diz:
vc e as suas viadagens
Ricardo diz:
em época de prova:
- não posso beber cara...tenho prova amanhã
- não posso jogar cara...tenho prova amanhã
- não posso pegar mulher cara...tenho prova amanhã
Ricardo diz:
quem n bebe, n joga e n pega mulé
Ricardo diz:
nem viado é, porque quem dá também bebe
Ricardo diz:
coisa de virgem
Henrique de Gilead - http://blogdainsomnia.blogspot.com/ diz:
HSAUHSAUHAUSHAUSHUAHSUASHUAHSUAHSUAHUAHS
Henrique de Gilead - http://blogdainsomnia.blogspot.com/ diz:
po, eu bebi pra caralho ontem, cara
Ricardo diz:
porque vc n tinha prova hoje
Henrique de Gilead - http://blogdainsomnia.blogspot.com/ diz:
pois é HASUSHAUHSUASHUAHSUAS
Ricardo diz:
A GATINHA VIRA PRA VC E VC VIRA A BUNDINHA
Ricardo diz:
away...
Henrique de Gilead - http://blogdainsomnia.blogspot.com/ diz:
AHSUAHSUSHUAHUAHUSAHUS
Ricardo diz:
meu post da samara zumbi tambem não tá la
Ricardo diz:
vc tem tendencias baianas maluco
Ricardo diz:
"beber cerveja, comer amendoin, ir pro bar e amar de coração seu timão do peito ! isso que é vida, né jorjão?!"
Ricardo diz:
só falta virar mestre de obra
Ricardo diz:
mas isso ai vc guenta firme, quando vc se formar vc faz uns bicos pintando parede e trocando fiação
Ricardo diz:
vc precisa sair da minha vida cara, ja n aguento mais ver vc se afundar assim
Henrique de Gilead - http://blogdainsomnia.blogspot.com/ diz:
AHSUHAUHSUAHSUAHUAHSUHSUAHSUAHUAHSUAUAHSUHAUAHUSAHUAHUSHUHAUSHA

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O Vazio

Amanhã é feriado, mas não significa nada pra mim. Eu estaria menos entediado se amanhã tivesse que estar no ponto de ônibus às seis e meia pra assistir uma aula que eu julgo ser descartável pra minha formação profissional, tendo que estagiar à tarde. Ninguém pra conversar, contar um caso divertido, surtar, sair, esquecer o calor do verão em cerveja ou à beira do mar. Todos fazem algo de útil no momento: aproveitam o feriado aqueles que não terão aula, como eu, até amanhã ou terça, ou se concentram pra semana de trabalho que começa. Não tenho nem em que pensar. Minha cabeça tem estado tão vazia ultimamente, sem preocupações, objetivos, distrações; só vazio, um bloqueio criativo, barreiras emocionais. Divisórias e vazio. Até o Cisne, o companheiro de teatros apagados, parece estar em alcance. Parece que ele também tirou férias e foi fazer algo de memorável do seu tempo, coisa que devia eu fazer. Nem com as partes de mim consigo conversar. E o engraçado é pensar que eu estou acostumado a ficar sozinho. Na verdade, eu adoro, porque eu nunca realmente estou sozinho; existe sempre a outra metade pra me dar combustível pra sonhar, e eu sonho, explodo fogos de artifício em um terreno só meu, o espetáculo mais confortável que conheço. Talvez se eu dormir, amanhã o sol me conforte.

- Ao som de: Saosin - Seven Years -

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Cortei o rabo de uma lagartixa

Tinha uma lagartixa perto da minha cama.
Por piedade aos animais e por higiene, desejando que o bicho imundo não subisse na minha cama no meio da noite, peguei um chinelo e tentei fazer com que ela subisse em cima dele, para que eu pudesse soltá-la no jardim. A operação era complicada, porque o bicho burro, como todos os bichos burros, era burro.
Bem, acabei esmagando a lagartixa e decepando o rabo no processo, mas isso não é tão importante assim.
A parte esmagada deu uns espamos e parou de se mexer, morta.
Já o rabo...
Aí, faz uns 15 minutos que ele tá se mexendo sozinho. Sério. Não entendi o que tá rolando.
Caralho, parece um verme, tipo um nematelminto ou um anelídeo, só que sem anéis.
É nojento cara, parece tipo "O Ataque dos Vermes Malditos" dos anos 80. Só que em proporções vermífocas, definitivamente.
Ele vai pra um lado se contorcendo. Depois vai pro outro. Pára. E volta a dar uns espasmos violentos.
Eu acho que devem ser impulsos elétricos residuais do Sistema Nervoso Central da lagartixa, mas, caralho, o rabo está se debatendo a uns 15 minutos.
Alguém tem uma boa explicação para isso?

Todos estão dando duro e eu passei a tarde na piscina...

....da casa de uma amigo pegando sol
*
*
*
Estou queimado de sol e acho isso ótimo. Fazia muito tempo que eu não pegava um sol bom, pra queimar um pouco. Eu sei que eu sou branco, pálido, mas isso não muda o fato que eu estava ainda mais branco e pálido.
Sem brincadeira, faz mais de uma ano que eu não vou numa praia.
Mas hoje, por coincidência fui de bermuda pra faculdade, e vendo o sol que estava, não resisti e me convidei para ir no play do prédio de um amigo pegar sol e ficar na piscina.
Chamei gente que não podia ir, estava ocupada, estudando.
Aí eu meio que me senti, sei lá...vagabundo (mas ainda assim adorei ficar na piscina, pegando sol sem fazer nada).

Tudo bem, eu sei que Direito no começo não é um dos cursos mais pesados no princípio. Mas eu realmente começo a achar que talvez eu esteja indo devagar *demais*.
Tem um trabalho em grupo que a professora passou em agosto para ser entregue semana que vem, dia 30. Só arranjei um grupo hoje.
Tem uma palestra que eu tenho que fazer um resumo. Não lembro de ter ido, e se eu fui, fiquei fazendo desenhos aleatórios (um astronauta vendo o Armagedon do espaço, o papa Bento XVI malvado, Steve Irwin [o caçador de crocodilos] surfando numa raia, Sócrates dando a bunda pra Platão, Freud roqueiro, Heath Ledger morrendo ou conversando com o Batman, cenas de Lost, entre outros) e não lembro de nada.

Cacete, tem gente que desde o 1º período já faz estágio não remunerado ou trabalha em coisas aleatórias na minha faculdade. Tem gente no 2º que já tá fazendo estágio remunerado.
Eu tô pensando se entro ou não em um estágio não-remunerado no período que vem.
Porra, eu não faço nada para ganhar meu dinheiro próprio, não mexo uma palha, só consigo torrar.
Tudo bem, ainda que eu não trabalhasse, mas fizesse algo de útil pras pessoas eu ia me sentir melhor.
Lá na minha sala tem gente fantástica, que faz uns projetos sociais que eu me sinto muito merda quando os vejo fazendo. Esse pessoal viaja pro Nordeste pra ajudar populações carentes, arrecadam fundos pra comprar presentes de dia das crianças pra crianças de uma creche em uma favela e vão lá entregar...
E eu não fiz nada, nem contribui com dinheiro para esse pessoal comprar as coisas.
*
*
*
SOBRE A CULPA E A VIDA


Me sentindo muito merda, eis que passeio pela rua e vejo um cartaz de uma menininha com Leucemia, pedindo para as pessoas comparecerem em um posto de coleta de sangue para ver se você é compatível com alguém com Câncer.
Pensei: "Caralho, é um sinal de Deus para que eu faça algo útil para alguém!"
O posto de saúde era na UNIVERSO, no Centro, em um lugar perigoso e fudido.
Esse horário de verão engana. Peguei um ônibus com minha namorada e quando saltei lá já estava escuro. Só aí me liguei que era 8 horas da noite, uma hora bem perigosa para se estar naquele lugar.
Mas, minha culpa e meu altruísmo para com a humanidade fudida me fizeram seguir adiante. Peguei a rua da prefeitura de Niterói.
Aí passou um carro de polícia em alta velocidade.
Dois.
Pensei: "Caralho, vou morrer e a garotinha vai morrer de câncer por culpa disso."
Andando mais um pouco vi uma aglomeração. Muitas pessoas. E carros de polícia e bombeiros.
Perguntei para um dos observadores: "O que aconteceu?"
E ele disse: "Um assalto", apontando para um estacionamento na frente.
Pensei: "Será que os assaltantes estão escondidos no estacionamento?"
Fui até a porta e olhei. Não tinham assaltantes. Tinha um cara morto, a cabeça estourada no chão, saindo sangue. Recuei assustado. Odeio ver gente morta, ainda mais gente TÃO morta assim.
(Se bem que essa semana, fui numa exposição sobre o corpo humano cheio de cadáveres. Além disso, terça-feira estava passando na Presidente Baker quando vi um cara morto, coberto por um saco na calçada. Ele tinha pulado do 12º andar, mas só tinha quebrado as duas pernas. E morrido, óbvio. Mas digo que ele só quebrou as duas pernas porque uma vez, soube de uma mulher que se jogou de um 9º andar e caiu sentada. A cintura dela subiu e foi parar na altura da cabeça. Nojento, triste e doentio).
(Hoje eu soube que o cara que morreu com o tiro era o dono do GPI, mas na hora só fiquei chocado)
Aí eu pensei: "Caralho. É isso, eu vou morrer mesmo e não vou ter feito nada de bom. Só vou ter sugado o trabalho dos outros. Nunca vou ajudar uma criancinha, só por desencarno de consciência de fazer o bem uma vez na vida."
Fui andando até a UNIVERSO, com o cú na mão, com medo de tomar um tiro na cabeça, visto que estava sem dinheiro.
Lá, tiraram um pouco de sangue meu para cruzar os dandos e me deram um lanche.
Andei pelo Centro escuro 21:30h da noite, até o Terminal.

Pronto. Missão cumprida, fiz algo perigoso para ajudar alguém, a culpa se foi. Ou quase.
Se for um doador potencial, vão enfiar uma agulha imensa na minha bunda (*ai*) para tirar um pouco da minha medula. Vai doer. E vai ser desonroso, sobre certo aspecto.
Mas se for para me livrar da culpa de ser vagabundo e não fazer nada, vale à pena, né?
*
*
*
E de quebra, ainda salvo alguém!
Ô beleza! Herói nacional, já pensou?
Busto do Smokey em praça pública, cheio de merda de pombo?
Foda, hein!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Yes, passei na prova prática!

Yes, passei na prova prática de direção do DETRAN!
É isso aí, já posso dirigir!
Posso ir em Icaraí e voltar para casa no mesmo dia sem cansar!
Nunca mais vou ter que depender de ônibus, é só esperar mais 5 dias úteis e pegar minha carteira!
A prova foi tranqüila, passei de primeira.
Esculachei os avaliadores, falei que a avaliadora velha escrota só ia andar no meu carro se pusesse o cinto, mandei ela tomar no cú quando ela mandou que eu passasse a marcha antes de tirar o freio de mão e discuti com um negão filho da puta quando ele me tirou ponto por não ter dado a seta para sair com o carro!
Mas é isso aí pessoal, passei!
Já posso dirigir!
Yes!
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
Brinks, fui reprovado, agora prova denovo só no fim de novembro....

sábado, 18 de outubro de 2008

À Vida!

Eu sei lá. De verdade. Pela primeira vez na história desse blog - curta história - eu vou postar bêbado. Não corrigirei esse post, não editarei. O que vier, veio.
Não que eu não esteja constantemente bêbado. Infelizmente, eu tenho um fígado ridículo de fraco, e ficar bêbado é realidade. Mas hoje, eu estou em glória. Encontrei pessoas que não via há muito, muito tempo, e brindei a todas elas. Gritei, dancei, valsei ao som da minha própria ebriedade, e aqui estou eu, sozinho, em meu quarto, em estado suspenso de felicidade. Como se todo dia fosse sexta, como se a vida fosse mais fácil.
Porque hoje, eu me desliguei do mundo. Esqueci dos problemas, mal fiz questão de lembrar o que me aflige, o que povoa minha mente. Droga, nem fiz questão de lembrar quem sou, mas talvez por isso esteja feliz. Só sei que por hoje, eu estou feliz, porque o mundo sou eu e eu, numa tempestade de luzes e emoções, bons sentimentos. Pensando bem, ainda bem que meu fígado é uma moça. Se ele fosse forte, acho que a vida seria menos colorida nesses momentos, que eu nunca iria querer perder.
E ah, como é bom ter esperança. Acho que o ka começou a virar a meu favor. Passei o último mês por trás das pesadas cortinas do mau agouro, mas agora, tudo está em seu lugar. Não vejo cisnes, não vejo nuvens, não vejo qualquer forra. Só vejo um novo começo. Meu fim de semana começou ontem, e dois dias adiante, experimento sentimentos que nem me lembrava mais. Gostaria de viver mais assim. Cercado de boas pessoas, bons amigos, boa bebida, bons ambientes; boas energias. E aonde vou achar espaço aqui pra falar de uma pessoa em singular? Meu último resquício de sobriedade me diz pra deixar isso pra lá. Não é hora de falar sobre isso, com toda a minha certeza, com tudo que aprendi com o tempo, oh tempos. Mas dane-se. Hoje, eu sou mais eu que antes. Não sou penas ou medos, vergonhas e marcas do que já foi. Sou apenas eu e eu. Uma pessoa em singular. Não sei se devo agradecer, ou que atitude tomar quanto a isso, mas fico feliz. Novamente, vejo um começo, e me falta um pra talvez tentar ser mais eu, mais tempo. De qualquer forma, deixe estar, Cisne. Deixe-me ser, só, por enquanto.
Penso aqui: acho que até escrevo bem pra quem está obviamente ébrio. Esse texto foi todo escrito de uma vez, sem pausas, sem reflexões. Poucas vezes houve manifesto tão sincero nesse blog; Diabos, na história da humanidade. Esse é um diálogo de duas partes separadas de um homem entre si, harmoniosamente compartilhando experiências e significados pela primeira vez. Como velhos amigos, e não como os parasitas que são um ao outro. Como borboletas voando em círculos ao redor uma da outra. Parte cisne, parte cético. Eu devia escrever mais sobre isso.
Finalmente, tive que parar pra pensar sobre o que escrever. Acho que isso é um comando para que eu pare definitivamente. Desabafos nunca são sinceros quando calculados, verdades nunca são coesas quando pesadas contra o gradiente triste e cinza da realidade. Encerro aqui, embora tenha um mundo - minto, um universo - pedindo pra ser descrito. Implorando para ganhar forma, métrica, rima. Mas por hoje é suficiente. A noite nunca termina, e se somos quem podemos ser, serei este pra sempre.

- Ao som de: Horse The Band - Manateen -

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Ninguém Cala

Hoje, eu deixo de lado a formalidade, a estética, a métrica, a rima. Falarei de coisas mais belas que isso. Não farei reflexões sobre o sentido da vida, sobre o homem e sua psique, sobre a natureza e o mundo, pois hoje, há coisas mais importantes que devem ser ditas. Por hoje, falarei de algo que é tão tocante quanto todos esses assuntos e versos; falarei de amor. Amor incondicional. E se engana quem pensa que é por uma pessoa, pois hoje, eu declaro por aqui o meu amor pelo Botafogo de Futebol e Regatas. E como o amor é um sentimento completo, este dispensa frases longas e belas. É um sentimento religioso por definição. Portanto, sem mais delongas:

Glorioso, eu te amo!

- Ao som de: Finch - Project Mayhem -

sábado, 4 de outubro de 2008

Tomara que o Jorge ganhe de primeira...

...porque, puta que o pariu, não aguento mais a música dele!



Caralho, toda a vez que vejo aquele carro com o refrãozinho do "é mesmo um caso de amor", tenho vontade de dar um tiro em cada um dos assessores de campanha dele. Defintivamente, é um caso de "Assessores da Puta que o Pariu".

Imagino como deve ter sido a reunião para criar a campanha:
Assessor 1: "Bom, já que o chefe tá viajando, vamos fazer a música nós mesmos. Bota uma linha melódica aí."
Assessor 2:"Linha melódica como?"
Assessor 1: "Porra, sei lá, o Chefe mandou botar um assobio."
Assessor 2: "Botei, tá bom?"
Assessor 1: "Não, tá uma merda. Põe a mulher pra dizer alguma coisa."
Assessor 2: "Botei, agora ela fala alguma parada de caso de amor. Tá bom agora?"
Assessor 1: "Não, continua uma merda, mas, foda-se, vai assim mesmo."

E assim, saiu o primeiro carro, aquele só com o assobio. Tenho certeza que ao menos UMA pessoa deve ter se matado ou matado alguém ouvindo aquele carro. Pelo menos alguém deve ter matado um bicho, sei lá. Se eu não fosse tão fresco, é certo que eu tinha matado um cachorro.
Porra, o assobio era mais satânico do que disco de heavy metal tocado de trás pra frente.
Aquela música enlouquecia qualquer um...

Bem, um mês depois...

Chefe: "CARALHO! Seus merdas! Que merda é aquela na rua?! É pra ajudar o cara a GANHAR a eleição caralho! Quem foi o viado que mandou aquela merda de carro circular?!"
Assessor 2: "Foi o Assessor 1, chefe."
Chefe: "Caralho, tu é retardado ou come merda? Como é que tu faz uma merda dessas?"
Assessor 1: "Mas Chefe, o que eu fiz de errado?"
Chefe: "O que tu fez de errado? Tu só põe um assobio num carro de campanha e pergunta o que fez de errado?! Tem que ter uma música, porra! Escuta, vou viajar, quando voltar quero essa porra resolvida!"
Assessor 1: "Ah, entendi Chefe! Fica tranquilo, vou pôr uma música..."

E assim, fez-se um segundo carro que rodou só por uma semana...que só tinha música. Era um pianinho (ou uma harpa, não consegui ter certeza). Sem assobio. E com o refrãzinho cantado. Uma merda também.

Uma semana depois...

Chefe: "Puta que o pariu, cadê o assobio? O carro só tem um pianinho escroto! Parece um teclado de brinquedo tocado por uma criança sem braços! Você não consegue fazer nada direito?"
Assessor 1: "Desculpa, Chefe! (para Assessor 2) Ô caralho! Junta o assobio com a música!"
Assessor 2: "Mas, vai ficar uma merda se juntar o assobio com o pianinho!"
Assessor 1: "Então muda! O quê os outros candidatos tão pondo como música?"
Assessor 2: "Pô, todo mundo bota a merda de um samba ou de um funk!"
Assessor 1: "Então, põe um pagode aí!"
Chefe: "Ah, agora eu tô sentindo que essa merda vai ficar boa!"

E assim, saiu o terceiro carro, que estava na rua até pouco tempo atrás. Era o assobio com um sambinha. Inofensivo, mas paradoxalmente traumático. Era melhor correr quando você visse o carro.
Até que, semana passada:

Jorge Roberto Silveira: "Puta que o pariu! Vocês são uns merdas! Caralho! Agora que eu vi que vocês fizeram merda a campanha inteira! Porra! Vocês tão merecendo que eu fure todos vocês e tampe os buracos com O.B.!"
Chefe: "Me desculpe seu Jorge, mas que erro nós cometemos?"
Jorge Roberto Silveira: "Porra! Como é que vocês fazem um carro de som que nem diz o meu nome?! Como esse povo burro vai saber que é pra votar em mim?"
Assessores + Chefe: "Ih, é!"

E assim, saiu o carro atual nas ruas, com a velha musiquinha do Jorge, que agora causa raiva e desespero.
Amanhã eu vou votar no Jorge. Quero muito que ele ganhe logo no primeiro turno. Se vocês puderem, votem nele também.
Quando soube que hoje seria o último dia daquele carro, comemorei.
Seria demais ouvir mais 5 minutos daquilo.
No final de contas, não foi um caso de amor =[

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

A Grande Decadência, Parte II

Dando sequência ao diálogo, que já dura quatro dias, observo um fato crucial: a expansão já aconteceu, e vem se intensificando com o passar das horas. O ser humano primitivo não sabia fazer uso do petróleo, ou do fogo, ou de qualquer coisa que a tecnologia o tenha abençoado, e é essa a ferramenta principal para o homem destruir a cadeia evolutiva. Veja bem, voltando à nossa alegórica bactéria, esta evolui por modificar a si mesma: todos os mecanismos evolutivos destas são modificações do seu metabolismo ou de sua estrutura física, sem que haja um elemento exterior a ela. O leão fica mais forte, mais rápido, mas não aprende a modificar o meio em que este vive. E essa a grande diferença, aonde a balança se desequilibra: o advento da tecnologia permitiu ao homem expandir o espaço físico sobre o qual esse tem influência, e do qual este pode tirar recursos para sua sobrevida, de uma forma tão assustadoramente grande que sem esta, desde a descoberta da manipulação do fogo, o ser humano provavelmente pereceria à força suprema de outros animais. A tecnologia equilibra as forças, visto que o homem não pode correr mais que um jaguar, mas pode construir um carro, e desequilibra-a novamente, mas em favor do homem, a partir do momento que o homem consegue refinar o carro, fazendo que este seja mais rápido que o jaguar.

A tecnologia é fruto da capacidade do homem de transformar o ambiente a seu favor. Ou talvez as duas coisas estejam tão entrelaçadas que já não se consegue definir o que é um e o que é o outro. Mas o que importa pra essa discussão é que, se o homem consegue sobreviver modificando o ambiente, e continuando menos adaptado do que outros animais (levando-se em conta apenas o animal humano), este destrói a evolução, o conceito de natureza, e o próprio conceito de que o homem é um animal. Pois se existe a delimitação entre o homem animal - o corpo físico - e o homem tecnológico, como essa capacidade de dominar o meio, então não podemos dizer que o ser humano seja completamente inerente ao grupo dos seres "naturais". Se estes estão subordinados às forças maiores da natureza, ao próprio mundo, e nós o modelamos como nos melhor convir, então podemos dizer que dominamos a força que rege a existência destes - a renovação e a limitação, a vida e a morte,- num sentindo em que não somos afetados por esta da mesma forma que eles.

Quebramos a barreira entre o ser pertencente à natureza e adotamos uma categoria própria. Controlamos o ambiente que nos cerca, nos expandimos constantemente e a velocidades incríveis, e a única barreira que nos poderia ser imposta pela natureza - a limitação, o fim dos recursos - é diariamente afastada de nossa linha de visão, visto que a cada dia o homem descobre um novo modo de utilizar o ambiente, e expande sua capacidade de sobrevida. Em alguns anos, usaremos a fusão nuclear, quando já nos utilizamos do carvão, e quando esta se exaurir, outra aparecerá, como o foi com o petróleo, a energia solar, e todas as outras formas de energia. Toda vez que a natureza tenta nos enquadrar de volta no quadro evolutivo, nos distanciamos dela.

O mundo agora caminha em direção oposta ao caminho natural que nos é imposto. Pois quanto mais descobrimos maneiras de renovar os recursos que utilizamos - uma tendência que vem crescendo nesse século em que vivemos - mais nos tornamos não só resistentes ao embate da natureza, mas também independentes dela. A cada vez que descobrirmos uma forma autônoma de geração de recursos, nos tornaremos menos animais, e mais seres tecnológicos.

Nos distanciamos da natureza, da forma de existência em que fomos criados, e nos tornamos uma forma separada de vida, não apenas vivendo como as forças que regem o meio em que vivemos ditam, mas subvertendo-as. Não somos mais animais, não puramente; somos filhos de nossa própria criatura.

- Ao som de: These Arms Are Snakes - Diggers Of Ditches Everywhere -

terça-feira, 30 de setembro de 2008

A Grande Decadência, Epílogo

Peço perdão àqueles que perderam uma grande parcela de tempo lendo o primeiro post. Quando digitei a parte final, morria de sono, portanto, apressei-me a fechar logo essa idéia, de forma que esta ficou mal finalizada. Então venho através deste me corrijir.
No último parágrafo da discussão, fiz entender que queria que todos vivéssemos pra sempre no espaço. Não foi essa a idéia.

Vejam bem: a expansão espacial a que me referia não quer dizer tão somente viagens entre planetas. Claro que não. Pense no homem como qualquer outro ser: é inerente ao animal homem habitar, ou mesmo explorar, de qualquer forma, o fundo dos oceanos, por exemplo? Por expansão espacial, quis dizer a anexão de novas possibilidades de sobrevida. De espaços aos quais o ser humano não pertence, ou não deveria ser capaz de conseguir recursos, o homem os fez viáveis. Portanto, expandiu-se.

---

Amanhã continuarei o diálogo.

- Ao som de: Queens Of The Stone Age - I Never Came -

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A Grande Decadência, Parte I

Esses dias, voltando da faculdade de ônibus - mais especificamente, enquanto passava pela Ponte Rio-Niterói, - tive um momento epifânico. Senti, naquele instante, que havia realizado uma indagação que me acompanharia por toda a vida. Então, compartilharei esse pedaço de filosofia com os demais leitores desse blog, para que, no caso desta ser tão positiva quanto eu a imagino, possamos todos refletir sobre a mesma. Colocarei esta reflexão aqui da mesma forma, ou da forma mais próxima possível, àquela que contei a alguns amigos, portanto, se estes lerem este relato, não me crucifiquem.

---

Imagine um leão, dentro de uma jaula, em um zoológico. Nesta jaula, estão reunidas, de forma básica, as condições necessárias à sobrevivência do leão, fornecidas pela equipe do zoológico. Dele é tomado cuidado, e seu "lar" é sempre monitorado e mantido idealmente. Mas agora, imagine que nesse mesmo cenário, não haja quem faça a manuntenção da jaula. Não há quem alimente o leão, quem limpe sua jaula, deteriorando seu ambiente até que nele não seja possível que o leão sobreviva, e levando invariavelmente à sua morte.
Esse fenômeno é comum a todos os seres vivos. Pode-se usar o exemplo de culturas de bactérias: quando se cultiva bactérias em laboratório, estas são inoculadas em um caldo contendo os nutrientes necessários à seu crescimento, e são mantidas em condiçoes ambientais ótimas. E verifica-se que com elas acontece o mesmo que com o leão do cenário supracitado; após a depleção dos nutrientes do meio de cultura, estas bactérias morrem. Assim como os seres humanos, que mantidos isolados de tudo definham até o amargo fim.
Portanto, concluo a partir dessas observações que a tendência natural do ser é decair;

Porém, mudemos um pouco a forma de ver, novamente, a alegoria do leão. Esse mesmo animal, se estivesse em seu habitat natural - no caso deste, a savana, - se deterioraria, de forma a obliterar-se no processo? A resposta é óbvia: não. Analisando o porque, percebe-se que a natureza renova o espaço físico que circunda o leão - e todos os demais seres nela contidos. Num espaço limitado, como numa jaula, se o leão devorasse todo seu alimento de uma vez (uma zebra, por exemplo), esta não poderia multiplicar-se de forma a propiciar a renovação do alimento necessário a sobrevivência do leão. Assim como no caso das bactérias: se a essa cultura não forem cedidos mais nutrientes, essas bactérias consumirão todo ele, até que morram pela falta do mesmo. Conclue-se então, que a mesma natureza que causa a decadência de todos os seres é aquela que permite a continuidade destes em seu lugar de origem.

Dessa máxima, extrai-se outra: a capacidade de expansão dos seres vivos é essencial à sua sobrevivência. Se as bactérias pudessem sair livremente do recipiente em que se encontram, estas encontrariam outras fontes de nutrientes para saciar seu crescimento. Mesmo princípio na alegoria do leão: se este escapasse, naturalmente ele teria uma maior área física para conseguir suas condições ideais de sobrevida, permitindo a renovação da natureza, e impedindo a deterioração do espaço.

Mas é nesse ponto em que inserimos o ser humano na discussão. O homem usa os recursos da natureza em uma escala maior do que aquela que o espaço físico do mundo em que vivemos permite à natureza que os renove. Então, segundo o raciocínio seguido até esse ponto, o ser humano irá se utilizar da natureza até que os recursos que ela fornece a ele terminem, culminando em seu fim. A menos que este encontre uma forma de expandir seu espaço físico.

Aí sim, chegamos ao ponto principal da primeira parte desta discussão. O homem tem a real possibilidade de ser a primeira forma de vida a driblar esse limite imposta aos seres vivos pela natureza, ao se expandir para espaços inatingíveis para qualquer outro antes dele: curiosamente, como num jogo de nomes, a expansão ao espaço, com o advento das viagens espaciais, pode ser o passo pioneiro na destruição da cadeia evolutiva. Se este universo que habitamos é realmente infinito, as possibilidades de expansão também o são, possibilitando, mesmo que remotamente, a continuidade eterna da raça humana, e a contradição da própria natureza.

---

Continuarei essa discussão amanhã, em outro post. Estou há mais de uma hora digitando essa idéia, e ainda tem muito por vir, então, vou descansar enquanto ainda dá tempo de assistir aula amanhã.
Até o próximo post!

- Ao som de: Tori Amos - Rooterspur Bridge -

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Para Um Amigo

Confie nos poucos e bons, pois eles serão aqueles que te carregarão pra frente quando você sentir vontade de regredir ou cair exatamente aonde está, para não levantar, nunca mais. E confie em si mesmo. Por mais que não se possa ver ou tocar agora, ainda resta você mesmo para recomeçar, da areia, e dela construir sua paliçada. Por mais que se tenha esquecido que sempre fora um, por ser dois, ainda és o único que vai conseguir decidir entre nadar ou afundar, morrer na praia, e não ver o que te aguarda depois da ressaca. Apague e redesenhe seus mapas, para outros lugares, com as mesmas companhias, e um objetivo.
E saiba que eu estou há oito digitos de distância, a qualquer hora, pra qualquer coisa.

- Ao som de: Thursday - Paris In Flames -

domingo, 21 de setembro de 2008

Eu Continuo Vivendo O Mesmo Dia

Queria saber amar alguém a ponto de não aguentar. Mesmo que sofresse, mesmo que marcasse, queria aprender a sentir por alguém, qualquer coisa. Entender o porque de tanto marasmo, mesmo sabendo que não tem nada de errado comigo. E sei que é só por hoje, que amanhã eu me encontrarei seguro e certo em meu próprio mundo cinza, abominando a idéia de colocar o corpo à frente da mente, mas por hoje, eu me sinto sozinho, de novo. Nessas horas, queria cuidar de alguém, e que de mim fosse tomado cuidado, diferente das tentativas usuais de habituação. Queria ser entendido como entendo os outros, como estes são entendidos, como eles o são. Talvez assim eu não me sinta tão deslocado, sem um lugar pra chamar de meu. E a busca continua, incessante...

Ao som de: Dance Gavin Dance – Caviar (feat. Chino Moreno)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Os sonhos são feitos da mais clara escuridão

Ontem faltou luz aqui em casa.
Na verdade, faltou na Região Oceânica inteira, umas 23 horas da noite.
Quando eu era criança, faltava direto. Agora, é até meio raro faltar luz, tudo graças ao progresso, essa irrefreável máquina.
Sei que é uma experiência um tanto traumatizante faltar luz quando você é criança.
Até mesmo adulto é um tanto traumatizante. Você simplesmente aperta os dijuntores e a luz não acende. Aperta os botões e as coisas não ligam. Dá medo de ficar o resto da vida sem luz, de voltar a viver como nossos tatataravós, isolados de tudo no meio da cidade, por não terem eletricidade.
Porém, o trauma maior é quando se é criança mesmo. Tanto é que até hoje eu tenho um pé atrás em relação ao escuro. Tudo bem que o meu sótão escuro também contribuiu para esse trauma, mas a falta de luz é até mais desesperadora do que isso.
Tanto é que desde criança eu sempre mantenho uma lanterna carregada (velas são sinistras demais) e em um lugar acessível (em cima de minha bancada) para um caso de eventualidade.
Bem, ontem FOI uma eventualidade, faltou luz!
Foi estranho. Num momento eu tinha diversos planos antes de dormir, como acessar um site, estudar um pouco, ver tv...quando faltou luz, todos se tornaram impraticáveis.
Só me restou ficar olhando as coisas com a minha fiel lanterna.
Olhei a casa inteira.
Engraçado, pela primeira vez, minha própria casa não pareceu ameaçadora no escuro.
Não senti nada dos medos irracionais, inexplicáveis, infantis e completamente compreensíveis que eu tinha quando criança, quando eu não sabia explicar do que tinha medo na minha própria casa, como se tivesse alguém me olhando do escuro, com inveja e ódio de uma criança medrosa.
Pela primeira vez, minha casa foi só uma casa escura e vazia e eu soube que alguma coisa tinha ficado para trás. Não senti pena, nem orgulho. Senti uma indiferença, um vazio como a minha própria casa.
Apaguei a lanterna, eu não ia precisar dela, pois tinha decidido aceitar a escuridão.
E meus olhos foram se acostumando à vista que eles tão bem conheciam.
E aí vem a parte engraçada.
Antes de faltar luz, fora da minha casa estava escuro. Escuro como costuma estar 23 horas da noite.
E agora, no escuro, estava absurdamente claro lá fora. Toda a Região Oceânica, do Cafubá até Itacoatiara apagada, e estava claro, como se o sol estivesse acabando de se pôr, lá fora!
Saí pela porta da frente de casa. Olhei para o céu. Estava sem Lua, nem Estrelas, completamente escuro. E aqui embaixo, tudo tão brilhante! Olhei para dentro de casa. Lá tudo estava negro.
Achando engraçado, decidi dar uma volta, de pijama mesmo.
Fui até o portão da frente de casa. E fiquei ali parado. Um carro passou, iluminando a claridade. Vi o motorista olhar para o meu portão e tomar um susto me ver ali, de pé no meio do escuro, igual um zumbi. Achei engraçadíssimo. Saí pelo portão, e tudo continuava claro. Olhei as ruas desertas, dava pra ver tudo, cada detalhe, até bem longe.
Escutei a voz de crianças rindo ali perto de mim.
Olhei na direção do som. Vinha do meu jardim.
Mas meu jardim estava vazio, e estava claro.
Percebi que as vozes não vinham do jardim, mas da rua. Estranho, porque eu podia jurar que vinha do jardim.
Fui até a rua. Vazia. Nas duas direções. Olhei para o campo de futebol. Nada. Nenhum carro vindo, todas as casas apagadas, ninguém nas ruas. E as crianças rindo. Risadas que não vinham das casas.
Eu estava delirando? Aquilo era um sonho?
E se fosse um sonho? Porque não seria?
E percebi. As risadas. A minha rua escura, mas ainda assim clara. Já tinha sonhado com tudo aquilo. Talvez, toda a noite eu sonhe com isso.
Entendi que é disso que são feito os meus sonhos. E talvez os de todo mundo. De noites claras, onde a noite nunca é escura e as ruas são vazias, cinzas.
Onde uma coisa passa meio desapercebida por você, onde a verdade passa meio desapercebida por você, e quando você se olhar, não tem nada lá.
O riso parou. Voltei para casa. Deitei, brinquei um pouco com a lantera no sofá da sala, iluminando todos os cantos escuros.
Acabei pegando no sono ali mesmo.
Acordei no meu quarto, umas 2 horas depois. A luz tinha voltado e estava acesa.
Fiquei meio desorientado, sem saber se tinha mesmo faltado luz.
Olhei para minha bancada e vi a lanterna ali em cima. Eu podia tê-la posto lá, ou ela podia nunca ter saído de lá.
Decidi não remoer a dúvida e voltei a dormir. Se fosse um sonho ou não, agora não fazia diferença.
A luz já tinha voltado e agora a rua estaria escura de qualquer modo.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A Maioria de Nós É Normal

Não confio quem sou - ou qualquer coisa que o valha - ao que aparento ser aos outros. Não que eu não o seja; só não o sou por inteiro. Tampouco credito-o ao que não aparento, já que vivo limpo, aberto, cristalino, e a cor que se vê é exata, apesar de poder-se vê-la na frequência que se desejar. Acredito ser o que não se pode mostrar, ou ser percebido, ou mesmo explicado ou entendido, até mesmo por mim. Chamam-no de "alma," mas vejo-me constantemente nomeando-o como "o outro". É aquele que analiza pensativo, sente saudades inconformado, diferente de mim - ou seja lá quem for. Aquele que se sente sozinho o tempo todo; e sabe que assim é a genética, ou o destino. Sabe que assim será, por mais que tenha aprendido a não se incomodar, e até encontrar conforto nessa maneira. Mas se fosse simples, não seria este. Seria menos, ou tanto quanto, mas pouco interessante. Seria fácil, sim, mas ser difícil é uma virtude que com o tempo se aprende a cultivar. Porém, aí reside o embate: vencer o tempo é tornar-se tão difícil quanto ele, tão sozinho quanto só ele, o tempo inteiro. Pois mesmo após o fim de todas as coisas, ainda existirá o tempo, implacavél, imutável, superior; mas não restam-me dúvidas de que mesmo ele gostaria de perder-se num amor de verão e deixar de ser imortal. E a mais curiosa faceta de todas as milhões delas que habitam essa história sem fluxo determinado, é que mesmo sendo um e outro, eu me sinto sozinho. Nas madrugadas em que planos de ir embora são feitos e abandonados, escarneados por seu criador em seguida, enquanto se espera chover. Quando sei que não existe nada de errado em mim, e que isso tudo pode ser rastreado há um ponto do tempo que não consigo apontar ou lembrar. Eu me sinto sozinho, o tempo todo.

- Ao som de: Saosin - Seven Years (acústica) -

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Trabalho de Direitos Humanos

Tenho que fazer um seminário sobre Direitos Humanos em grupo para amanhã.
O seminário tem que durar 2 horas.
A minha parte, 25 minutos falando.
Ainda não pensei em nada para escrever, só que ninguém do meu grupo sabe disso.
Até porque eu faltei todas as reuniões de grupo, exceto a primeira.
Caralho, é amanhã, fodeu.
Pelo menos, aprendi uma coisa na primeira reunião.
Uma garota do meu grupo soltou uma pérola:

"Vocês não deviam baixar sua guarda perto do Saad. Ele tem essa cara de babaca, mas é muito mais inteligente do que a gente pensa."

Cheguei a 3 conclusões com essa frase:

1 - As pessoas pensam que eu sou inteligente. Mas eu sou muito mais inteligente do que elas pensam que eu sou. E quando elas pensam no quanto eu sou mais inteligente do que elas pensavam, isso faz com que eu fique mais inteligente ainda, pois eu seria mais inteligente do que aquilo que eles iriam pensar.
2 - Ou então todo mundo acha que eu sou retardado e a garota estava me defendendo do grupo.
3 - Eu tenho essa cara de babaca

(Tá bom, eu faço a cara de babaca de propósito pras pessoas acharem que eu sou burro e me substimarem para serem pegas de surpresa, eu admito. Isso me torna alguma espécie de anormal?)

Caralho, o trabalho é pra amanhã. Fodeu denovo.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Sonhos, Profissões e Nerds

Quando eu era criança queria ser astronauta, cientista, presidente, ou dinossauro.
Com o tempo, desisti de ser astronauta, porque morriam muitos todo ano.
Quando fui crescendo, achei que não ia ser um bom cientista, não me dava tão bem quanto eu queria com matemática ou biologia.
A política eu resolvi deixar de lado (por enquanto?).
Acabei fazendo Direito, que não era nada do que eu sonhava pra mim quando criança.
Não que eu detestasse Direito, é só que não me parecia atraente, eu era indiferente.
Com o tempo, vi que podia ser uma coisa legal, e eis-me aqui, aonde estou, com 18 anos e toda uma vida pela frente.
Quando me perguntam o que quero ser quando crescer (meu Deus, está muito mais perto de acontecer do que a alguns anos atrás!), digo que devo tentar um concurso.
Sei lá, acho que eu seria um bom Juiz. Ou um bom Procurador.
Bem, já que estou no fogo, fazendo Direito mesmo, vou tentar o que me agrada.
E eu nunca tinha cogitado outras possibilidades pra minha vida, simplesmente porque não havia nada que despertasse meu interesse.

Até que um dia desses, eu tive uma idéia boa. Tipo, do nada, andando na rua ou de pé num ônibus engarrafado, como a maioria das minhas idéias boas aparecem.
Uma idéia ótima e impossível de ser realizada, como todas as idéias boas são.
Ultimamente minha família vêm me cobrando cada vez com mais freqüência que eu arrume um emprego. Minha irmã trabalha desde que ela tinha 17 anos e eu com 18 nunca movi um dedo, eles dizem. Dizem que nem estágio eu quero fazer.
E eu fiquei pensando: "Cara, eu não quero trabalhar para ninguém em loja nenhuma. O que eu posso fazer pra descolar uma grana?"
E aí que a idéia começou a a aparecer.
Primeiramente pensei: "Vou fazer camisas! Mas não camisas quaisquer. Camisas nerds, com estampas de piadas famosas da internet! Owneds, motivationals, etc... Isso não deve ter direitos autorais, então dá pra fazer estampas com qualidades boas e baratas! Além disso, eu poderia fazer camisas de animes, seriados...."
E aí a idéia foi se desenvolvendo... : "Mas onde eu venderia as camisas? Caralho, eu poderia ter uma loja de artigos nerds! Vender cards, bonecos, espadas jedi, livros e dados de Rpg, jogos de videogame... Porra, a loja poderia ser uma lan house e locadora de jogos, com videogames e computadores! Todos os dias, jovens nerds largariam suas casas para passar o dia na loja, jogando videogame com seus amigos, ou ficando nos computadores da loja! Eu poderia desbloquear videogames, ter um técnico trabalhando numa sala lotada de aparelhos nos fundos da loja! Acho que não existe nada igual a isso no Brasil! E eu ainda podia alugar umas mesas por hora nos fundos da loja para a galera do RPG ficar jogando suas campanhas... E ainda teriam as roupas à venda! Cacete, se a loja fosse grande o suficiente, poderiam ter pessoas fazendo tudo ao mesmo tempo! E talvez em feriados poderiam rolar até eventos de anime na loja! E nas sextas e sábados à noite, a loja poderia virar um bar com shows de rock! Puta que o pariu, seria muito foda! Eu ainda poderia ter um videogame na administração e ficar jogando na hora do almoço em que a loja fechasse!! Minha vida seria igual à dos caras do filme "O Balconista" do Kevin Smith! Melhor, minha vida seria quase um filme do Kevin Smith!"

E essa foi a idéia. Eu me conheço, sei que nunca vou fazer nada do gênero. Provavelmente eu serei Juiz mesmo. Mas foi uma idéia boa. Até brinquei mais um pouco com ela, imaginei o lugar onde a loja ficaria. Seria na Estrada de Itaipu, no meio da estrada. Seria uma loja grande, mas nada gigante... Pensei num nome pra loja, algo tipo: "Nerdices S.A.", ou "Espaço VT", ou talvez até "/b/". Mas descartei tudo logo, antes que eu me desiludisse. Fica sendo meu sonho nerd de profissão, o que eu poderia ter feito da minha vida....
Quem sabe, se eu tivesse mais dinheiro e coragem eu poderia arriscar...
Mas sou nerd demais para fazer isso.

E no entanto, ainda não desisti completamente de ser um dinossauro.
GROAR

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Estágios da Diarréia de um Chef Francês

1º Estágio: Filé Mignon. Aquela pedaço grande, gostoso e marrom de merda. Servir com batatas.
2º Estágio: Picadinho de Carne: A merda vem em pequenas porções, no meio de um molho agüado. Dentro do pão fica uma delícia.
3º Estágio: Caldo verde: Vai ter mais água do que merda, e no entanto vai ter mais gosto de merda do que nunca. Aconselha-se comer com geléia de framboesa.
4º Estágio: Sopa da vovó: Aquela sopa verde, agüada e medorrenta. Tem gosto de merda, parece merda e é verde. Comer com torradas e Ades de Pêssego.

Depois do 4º Estágio, os estágios vão regressando em ordem decrescente até voltar ao 1º.
Em casos de suspeita de dengue, um médico deverá ser consultado.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Química

Hoje tive minha primeira aula de Biologia Molecular.
Entendam: tenho duas disciplinas durante minha formação envolvendo o assunto Biologia Molecular (comumente chamado de Biomol), o que dá um total de dois períodos aprendendo apenas sobre as propriedades dos ácidos nucléicos. O que equivale a um ano, e mesmo assim, muitos repetem ambas as disciplinas.
Mas como é possível? Uma classe de moléculas apenas pode ser alvo de estudo por um ano? E porque um conhecimento tão aprofundado deve ser dado à alunos de graduação - afinal de contas, muito deles, eu inclusive, nunca precisarão saber tanto assim - ao invés de apenas à alunos de pós-graduação?
Antes, tudo isso passava por minha cabeça, mas agora sei a resposta. As moléculas de ácidos nucléicos são a maior forma de arte que o Universo concebeu. A maior obra-prima da evolução, a Mona Lisa da vida. Seu funcionamento é uma dança, um balé orquestrado pela Natureza e compassado em perfeita sincronia. A peça mais matematicamente complexa de um acervo clássico. E toda essa complexidade e beleza exigem - e merecem - um ano de estudos para ser compreendida; e mesmo com um ano de estudo, às vezes a quantidade de informação não consegue ser assimilada, nem com um ano de dedicação, pela exorbitante massa de conteúdo.
Tendo em vista toda essa beleza e complexidade, seria fácil entender porque muitos atribuem ao DNA o estado de Deus. A orquestra da cromatina encanta qualquer um, mesmo os bastardos que odeiam a genética, como eu. Mas na verdade, não é.
Fica até difícil entender porque tantos cientistas não acreditam no espiritual. Tanta sincronia e precisão não podem ter surgido por acaso, nem podem continuar acontecendo por mero fortúnio da evolução. Um ano de estudos não é capaz de compreender completamente todos os movimentos coordenados desta dança, acontecendo casualmente, como se fossem um mero suspiro, mas ordenando toda a vida, num número envolventemente tétrico. A genética não é uma resposta ou fim, mas uma ferramenta para quaisquer forças maiores que comandem o mundo e os homens. Assim como o são todas as ciências. O homem descobre o conhecimento, no sentido literal do verbo - elucidar, revelar. Ele não cria, nem o conhecimento cria a si próprio. A ciência é um conjunto de fórmulas e conceitos para ajudar a exploração da lógica criada pela própria vida, uma tentativa de quantificar toda a sincronia da Natrueza.
E deixo esse pensamento em aberto: serão as respostas que o homem pensa ter apenas uma faceta conceituada da Verdade?

- Ao som de: Norma Jean - Self-Employed Chemist -

O Pai que enche a cara e mete a porrada na esposa e negligencia os filhos

É como eu eu me sinto quando penso no Blog.
Tadinho.
Já dei mais amor pra ele.
Eu tirei umas férias muito boas (e merecidas por sinal, porque consegui mandar bem na facul sem fazer nada por um semestre inteiro) e consegui ficar um mês inteiro sem pensar. Não, não foi um mês sem pensar em nada pra escrever. Foi sem pensar em nada mesmo. Foi bom. Fiquei totalmente sem dinheiro, mas ganhei um amolador de facas, uma infecção intestinal e perdi pêlo em lugares que dão pena de morte em países islâmicos.
Agora, eu devo admitir que realmente tinha esquecido do Blog.
Assim como o pai bêbado que mete a porrada no filho de 5 anos que vem lhe mostrar o desenho feito com lápis de cor numa folha A4 em uma melancólica tarde de verão enquanto a mãe desesperada se enforca no banheiro, desprezei esse pedacinho de html.
Mas vou voltar, prometo, sou um novo homem e aprendi a valorizar as coisas simples e as regiões cobertas de pêlos antes menosprezadas de meu corpo.
Voltarei a postar antes do que eu mesmo imagino.
Agora, cale a boca e me traz outra cerveja.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Correndo Através da Montanha

Eu minto bastante pra mim mesmo.
Eu acho que sou à prova de balas.
Eu sei que nunca vou achar o que falta em mim.
Eu não sei o que falta em mim.
Eu estou cansado.
Eu queria ser como todos os outros.
Eu me amo demais.
Eu aceitaria trocar de lugar com qualquer um.
Eu queria ser metade do que as pessoas esperam de mim.
Eu queria que as pessoas não esperassem de mim.
Eu não sei quem sou.
Eu queria que a vida fosse mais complicada.
Eu queria viver mais simples.
Eu odeio quando as pessoas mudam ao meu redor.
Por que as pessoas mudam ao meu redor?
Eu preferia não ser idealista; preferia ter foco.
Eu queria ser à prova de balas.
Eu quero explodir em chamas.

- Ao som de: Placebo - Running Up That Hill -

terça-feira, 29 de julho de 2008

Somente

Começo este post pedindo perdão. Perdão pela minha ausência prolongada, fruto de um bloqueio criativo que dura meses, mas que não me tira das minhas responsabilidades, e mesmo com a demora pra perceber tal realidade, cá estou, mais uma vez, lutando contra a barragem que se instaura em minha mente.

Este post, no entanto, é uma argumentação referente às palavras de meu amigo Milsana em seu blog.

---

Eu, apesar de todo o ceticismo e frieza, acredito sim que o "coração" sabe melhor. Seja lá de onde venham os sentimentos, mas estes não mentem. Traduzem exatamente o que alguém deseja, ou não deseja, ou como este vê o que tem e o mundo ao seu redor, sem segundas intenções; mesmo que não durem pra sempre. A leitura do "coração" revela os objetivos de todos nós no momento em que ela é feita, e isso vale até mesmo pra um filho-da-puta como eu. Se esses sentimentos mudarão ou não, o tempo dirá, e não cabe a nós tentar predizê-lo, visto que somos ínfimos comparados à ele. O coração é sábio, pois só ele sabe distinguir o desejável do descartável - uma noção extremamente individual, e por isso a sua importância, - mesmo nos momentos em que nem nós sabemos o que queremos. E nesses momentos, deve-se ter cuidado; a leitura do coração é uma ferramenta, e não um caminho. Ela deve auxiliar o pensamento racional, a dosagem do quanto se quer combinada à disposição de se buscar o que se quer.
Também acredito que nunca me apaixonarei de verdade, e numa nota pessoal, me satisfaço com a idéia: não gostaria de me apaixonar pelo mesmo motivo que não gosto de ficar embriagado - apaixonar-se requer a perda de controle, não do outro, mas de si, e não para outro, mas para alimentar o sentimento. Me coloco de pé e bato palmas à máxima que versa sobre "não ser preciso achar alguém para amar, se você amar tudo aquilo que estiver em sua volta". Mas não acredito que seja a única saída possível para o problema da falta. Existe outra, mais egoísta e menos otimista: apaixone-se por si mesmo. Aprenda a gostar de ser o que és, e a gostar de ter como companhia perpétua o seu Universo - que por mais clichê que a frase possa soar, é um caminho que muitos ignoram. Falta amor próprio.
Confesso que acredito ser este o motivo por não conseguir me apaixonar por outra pessoa. Parafraseando mais uma vez nosso caro Milsana, para apaixonar-se, deve faltar algo, para que haja então a busca em outros lugares - outras pessoas - por algo que preencha esse vazio. Mas acho que fiz uma troca justa. Troquei a melancolia e as dúvidas pela certeza de que enquanto me mantiver superior à sorte e ao acaso, serei feliz; e prego, amigos, que foi uma boa troca. Mas novamente, é só o que o meu coração negro e calculista me diz no momento.
Esse foi o Oráculo, ao vivo do hotel na árvore de cactus.

- Ao som de: Kammerflimmer Kollektief - Jinx -

terça-feira, 8 de julho de 2008

Coceira

Já faz uns dois dias que eu estou com uma coceira muito estranha.
Começou nas pernas, como se um mosquito tivesse me picado em várias partes delas.
Hoje, se espalhou pelo corpo todo, ficando bem marcado nas costas e braços, e também tá coçando pra cacete.
As mordidas nas pernas tão quase virando feridas.
Caralho, será que eu tô com PULGAS?

quarta-feira, 18 de junho de 2008

O Pássaro Laranja da Felicidade

Cenário: Uma rua da Inglaterra
Personagens: Dois homens ingleses usando pantufas, suéteres, com jeito de lorde inglês e um passarinho laranja
*
*
Em um certo dia ensolarado em nossa alegre cidade Inglesa, eu estava parado em uma esquina, apoiado em um poste, quando vi meu amigo Thomas descendo a rua em minha direção, vestindo suas pantufas, usando seu suéter e fumando seu famoso cachimbo. Em sua mão esquerda levava...bem, na verdade, Thomas não tinha mão esquerda. Quando criança, um jabuti comera-a em um bizarro acidente e desde então ele a substituíra por um gancho. Já em sua mão direita, apertava um pequeno passarinho laranja que berrava.

- Olá Thomas. - eu disse
- Olá James - retrucou ele com seu habitual sorriso cordial.

Como eu não tinha nada para fazer naquela esquina e estava interessado pelo passarinho, decidi seguí-lo e iniciar uma conversação.

- Diga-me, Thomas, por que você não leva o passarinho em uma gaiola?
- Bem, a verdade é que eu não gosto de ver bichos enjaulados. Faz mal para minha auto-estima e perturba meu intestino.
- Pelo menos o passarinho não ficaria berrando pelo modo como você o aperta com força.
- Oh James, como você é tolo! Ele não está gritando, está cantando!
- Não, Thomas, ele está berrando. A prova disso é que ele está bicando desesperadamente os seus dedos. E digo mais, eles estão sangrando.
- Não, não. Ele não está bicando meus dedos e arrancando a pele deles em desespero. Ele deve estar confundindo meus dedos com minhocas!
- Oh sim, faz perfeito sentido, Thomas! E por falar nisso, porque você carrega um tão belo pássaro?
- Bem James, eu decidi que este passarinho será uma excelente companhia para o meu avô.
- Mas o seu avô não morreu na semana passada?
- Sim, é verdade, mas é a intenção o que conta, não?
- Certamente Thomas. E é uma intenção louvável,
- Obrigado, James.
- Agora, me responda mais uma questão, Thomas, como você conseguiu capturar um espécime tão interessante?
- Oh, este passarinho estava em seu ninho chocando seus ovos e cantando sua belíssima canção, que chamou muitíssimo a minha atenção. Roubei o seu ninho e ele veio voando me atacar para defender a sua cria, e foi neste momento que o agarrei.
- Genial, Thomas. E onde você colocou os ovos?
- Bem, levei em conta que o pássaro passaria os restos de seus dias em minha casa, e que os filhotes morreriam de fome. Então, em toda a minha caridade, procurei um mendigo na cidade e entreguei-lhe os ovos, para que ele se banqueteasse
- Excelente plano, Thomas.


Continuamos andando até chegarmos em sua casa. Thomas pediu para que eu abrisse a maçaneta (ele só tem uma mão, lembram-se?) e entramos na casa. Na sala, fiquei surpreso. Ali estava o avô de Thomas, alto, saudável, sorrindo, brilhante.
- Então você empalhou seu avô, Thomas - perguntei
- Oh, não fui eu! Foi o taxidermista!
- Foi um excelente trabalho, de qualquer modo!
- Obrigado James! Suas considerações e bajulações muito me aprazem.
- Pois bem, soltemos o passarinho?
- Sim, claro! Vá, pequenino, vá e voe, faça meu avô feliz!

E o pássaro saiu da mão de Thomas e voou, direto para o avô, pousando em seu ombro e cantando umas breves notas de uma canção. Por um instante, o sol que entrava pela janela aberta da sala pareceu ficar mais brilhante.
E então, o pássaro novamente levantou vôo, cagou na cabeça do avô de Thomas e saiu voando pela janela juntando-se a uma revoada de pássaros laranjas.

Olhei para Thomas. Ele deu um longo suspiro, e disse por final:
- Pegue minha Winchester, James. Hoje valerá mais um pássaro morto do que dois voando.

terça-feira, 10 de junho de 2008

O Mensageiro

Trilhando meu caminho, por encruzilhadas e guerras, ouço uma voz. Uma voz crítica que me manda olhar para frente, e além das montanhas no horizonte, antecipar-me às batalhas. Mas este é o último pistoleiro; esta é a última arma restante na paisagem, e além dela. Segui em frente, por anos, enquanto meus companheiros iam e vinham, surgiam e caiam, mas no entanto, a voz era minha fiel acompanhante. E segui, até que não pudesse mais seguir. Segui até minhas pernas pedirem arrego; daí, segui um pouco mais. E a voz zumbia em meus ouvidos como uma oração insistente. E assim foi, por dias, semanas, meses - anos, quase uma década. Até que num suspiro, a voz se abrandou, e proferiu: "olha para baixo, pistoleiro, e cura tua visão; olha para ti mesmo, e vê". E vi então, nítido como nunca havia visto, embora ainda ligeiramente turvo. O pistoleiro confirma que não precisa de lentes para sanar sua miopia; precisa apenas olhar para si mesmo, num gesto de reverência, tão perto quanto se pode estar, para se ver todo o horizonte que se precisa.

- Ao som de: Kaddisfly - New Moon Over Swift Water -

terça-feira, 3 de junho de 2008

Passei no Psicoténico

É isso aí, título auto-explicativo. Mais uma etapa vencida na busca da minha Carteira de Motorista.
Está sendo uma jornada foda e escrota.
Foda porque está sendo escrota; escrota porque está sendo foda.
Me matriculei na auto-escola duas semanas depois do meu aniversário.
Na mesma época, dei entrada no DETRAN na renovação da minha carteira de identidade, que tinha expirado a validade no dia em que fiz 18 anos.
Bem, assisti todas as aulas na auto-escola que eram necessárias para fazer a prova escrita. Foram 30 horas da minha vida jogadas no lixo, acordando cedo aos sábados e perdendo tempo em Icaraí.
Jogadas no lixo?
Sim!
Pois o DETRAN filho da puta mudou as regras do jogo, instalando um sistema de identificação de digital nas auto-escolas e todo mundo que não tinha em mãos um determinado papel, o RENACH, irá ter que assistir tudo denovo.
E porquê eu não tinha o RENACH?
Porque não tinha feito a entrega dos documentos no DETRAN.
E porquê eu não tinha feito a entrea dos documentos?
Porque quando eu liguei para marcar a mulher queria a data de expedição da minha identidade, que eu não tinha.
E porque eu não tinha a identidade?
POR CAUSA DA MERDA DO DETRAN!
Agora vou ter que fazer mais 30 horas de aula inútil! (E vão ser 30 horas mesmo! Antes dessa merda de sistema de recolhimento de digital, o professor liberava a turma com 20 minutos de aula quando na verdade deveriam ser 2 horas... Agora com essa merda de sistema, a cada 20 minutos todos os alunos vão ter que fornecer as suas digitais para provarem que estão em sala de aula!!!)

Pois bem. Um dia, cheguei na auto-escola e fui informado que teria que fazer todas as aulas denovo e só poderia começar quando tivesse o RENACH.
Esperei até a identidade ficar pronta, peguei-a e marquei a entrega dos documentos no mesmo dia.
Marcaram para um mês depois.
Um mês depois, compareci com todos os documentos nas mãos, fiz a entrega destes no DETRAN, que é no CÚ DO MUNDO, e ganhei o tão sonhado RENACH.
Contente, fui direto para a auto-escola me cadastrar (¬¬) para poder fazer todas as aulas denovo.
E adivinha? Não poderia começar naquele dia, só depois dos exames médico e psicotécnico.
Peguei o celular e liguei pra clínica marcando o exame.
Só teria horário para uma semana depois. Marquei.

E, chegando lá hoje, bateu um medo. E se eu fosse reprovado naquele exame?
Bem, eu sei que não sou maluco nem nada, mas sempre dá um medo de fazer cagada quando alguém está examinando a sua cabeça.
Medo de surtar e mandar a examidora a merda quando ela perguntar seu nome; ou levantar no meio da prova e fingir que é uma galinha, sei lá.
Bem, foi uma prova tranquila, foi só fazer umas brincadeiras que eu fazia desde criança, uns desenhos e uns joguinhos legais.
Me comportei bem, tentei parecer o mais normal possível e acho que a examinadora considerou muito bom o meu esforço. Só achou engraçado o meu sono pós-almoço (tive que ficar lá no DETRAN das 13h até as 17h!).

Uma coisa engraçada que aconteceu foi que, enquanto a psicóloga aplicadora do teste explicava a importância deste, ocorreu a seguinte cena:
-Psicóloga (para o mazelado atrás de mim): Você veio tirar sua primeira habilitação para moto, não é, meu filho?
-Mazelado: Vim sim, doutora.
-Psicóloga: Então, porque você está com esse capacete na mão? Você sabe que se eu fosse outro instrutor, eu poderia te prender por dirigir sem habilitação, não?
-Mazelado: Poxa doutora, obrigado! Como eu não percebi isso antes? No próximo exame eu venho pra cá sem capacete =D

Depois, na sala de entrevista, a psicóloga elogiou meu desempenho.
No exame médico, percebi que eu enxergo mal com o olho esquerdo. Mas nada que o médico precise saber.

Bem. Finalmente completei essa etapa do psicotécnico!
E, alegre, fui correndo para a auto-escola me cadastrar para poder fazer aula ainda hoje e correr atrás do tempo perdido, e, chegando lá, adivinhem?
Só posso começar a auto-escola 48 horas depois do psicotécnico, que é quando os dados já vão estar na rede...
Maldita burocracia ¬¬

*
*
*
OBS: Desmontamos a árvore de natal daqui de casa hoje. Eu gostava de vê-la montada o ano inteiro, era engraçado imaginar que esse ano eu conseguiria fazer com que ela ficasse montada até o natal (ano passado consegui mantê-la até abril). Bem, meu pai teve uma reunião de negócios aqui em casa hoje e eu tive que desmontá-la =[
O lance é agora é preparar a decoração de festa junina e ver até onde aguenta...

domingo, 1 de junho de 2008

Álvaro "Babá" Lins e os 40 ladrões

Certo dia, no distante país da Arábia, cavalgavam pelo deserto do Saara Álvaro Babá e seu cruel bando de 40 ladrões, que aterrorizavam toda a população do lugar.
O grupo se denominava "Os Deputados Selvagens".
Chegaram em frente à sua caverna e deparam-se com a porta mágica desta. A porta mágica, chamava-se "Juiz Corrupto" e falava.

Juiz Corrupto disse:
"Abra-te Sésamo".

E assim Àlvaro Babá fez, abrindo uma brilhante mala azul e dourada, recheada de notas verdinhas.

A porta rapidamente se abriu, dizendo: "Bem-vindo ao lar."

E assim, os Deputados Selvagens entraram em sua caverna, obviamente denominada "Câmara dos Deputados".

Mas então, uma moça muito esperta, a "Polícia Federal", bolou um plano: Ela escolheu o amiguinho mais merda dos Deputados, um garotinho, e secretamente começou a investigar os podres daquele pequeno filho da puta.

Descobriu finalmente o que precisava pra botar Álvaro Babá e seu terrível grupo para sempre na cadeia.

Numa tarde, quando os 40 deputados passeavam pelo deserto e Álvaro Babá ficava na caverna lavando seu precioso dinheiro, Polícia Federal chegou e com uma ferramenta, o "Grampo Telefônico", impediu que Juiz Corrupto se move-se, prendendo Álvaro Babá lá dentro.

O povo da Arábia entrou em festa. Finalmente um dos bandidos foi preso! Quem sabe consigamos prender os outros? Viveremos em paz e prosperidade, viva!

Porém, Álvaro Babá era muito esperto. Com sua lâmpada mágica, ligou para os 40 ladrões e disse: "Me tirem daqui, seus filhos da puta, senão os próximos são vocês!"

E assim, os Deputados foram voando em um tapete voador até a caverna e disseram para a Polícia Federal:

"Álvaro Babá é um membro dos Deputados Selvagens! Ele mora na Caverna e tem Imunidade Parlamentar! Ou seja, ele não pode ser preso, só se nós quisermos! Liberte o Álvaro!"

E assim, a Polícia Federal teve que retirar as acusações, abrindo espaço para o Juiz Corrupto liberar Álvaro Babá.

Os Deputados Selvagens comemoraram! A operação de resgate foi um sucesso! E também, eles quebraram todos os recordes de velocidade e de sem vergonhice! Nunca antes na história da Arábia um Deputado Corrupto fora solto tão rápido! A Polícia Federal, desiludida, foi chorar às margens de um Oásis. Os Deputados Selvagens viveram felizes para sempre...


E é por isso que a Arábia não vai pra frente...

*
*
*

OBS: Isso é tudo uma obra de ficção, com personagens fictícias em um país fictício. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência, até porque uma situação absurda e escrota como essa jamais ocorreria no Brasil, terra de Deputados honestos, com mães muito batalhadoras.

sábado, 31 de maio de 2008

Manhã Má

Existem os dias ruins, os muito ruins, e os dias em que o relógio para. Os ceifadores vêm então em nosso encalço, tentando se alimentar de nossas emoções - sejam lá qual forem - nos fazendo fracos, podres, pobres. Pois quando os relógios param, fomos encontrados, e não há escapatória. E hoje foi um desses dias. E dessa vez, não posso culpar o Cisne Gigante - que será apresentado em breve, - pois os motivos que minam minha auto-estima como fungos são reais, acontecimentos sólidos; não posso culpar mais uma vez o abstrato, visto que tudo isso aconteceu como concreto jogado em minhas costas. Não foi culpa minha. E agora, sento-me aqui, em frente ao monitor, tentando transferir pra um papel virtual o zumbido de vespas em meus ouvidos, tão real quanto tudo que o antecede, mas tampouco realmente ali; tão familiar, mas ao mesmo tempo, completamente diferente.

Mas acho que nada disso me surpreendeu. Já tinha me preparado pra esse dia desde o instante em que, chegando na praia, vi um relógio da calçada parado, por entre a chuva que caía violenta.

- Ao som de: From A Second Story Window - Most Of Us Are Normal -

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Todo O Ódio

Quero mais que o Botafogo se foda mesmo. São dois anos de panelas e quases - parabéns pro clube, pra comissão técnica, pros jogadores, e principalmente à todos nós, torcedores, sofredores sim, por mais essa morte prematura na areia, tão perto da primeira Copa do Brasil da história do clube, do primeiro título em dois anos de trabalho, que seria mais que merecido não fosse a insistência de alguns em fórmulas que comprovadamente não funcionam. Errar uma vez é humano; duas, esperança; três, falta de bom senso. Vejamos se mais essa derrota do Glorioso abrirá os olhos da direção pro atentado à Instituição Botafogo, como diria Eurico Miranda, cometido por Cuca e seus seguidores. Não me levem à mal: admiro o Cuca por sua habilidade de montar uma equipe digna de lutar por todos os títulos que lutou em quinze dias, e por seu comando tático, provado pelas seguidas vitórias do Botafogo, e pelas estátisticas tanto do Campeonato Estadual, quanto pelas da Copa do Brasil. Mas uma coisa tem-se que aprender: jogador em má fase, está em má fase, e foda-se se ele foi o gênio do futebol brasileiro na temporada passada. Aliás, na temporada passada, o Botafogo também se fodeu; coincidência, não? Mas não vou aplaudir o Professor de pé, quando as evidências estão claras. Cuca é paneleiro, pela-saco, paga-pau, ou qualquer termo que defina essa idéia. Pouco importa que ele não tenha punho pra fazer o time avançar quando está em vantagem, ao invés de retrancar toda a equipe; embora ele não o tenha feito nesse último jogo, parabéns pra ele. E que porra de idéia foi aquela de colocar três atacantes?! O Botafogo nunca jogou com três homens no ataque, e justo no jogo mais importante pro time na temporada, quando tínhamos uma vantagem relativamente boa, cisma-se de experimentar. Naturalmente, e perdoem-me por vulgarizar a boa gramática, fodemo-nos vez mais.

Ah, e antes que eu me esqueça:

SE O ZÉ CARLOS ESTÁ HÁ MAIS DE DEZ JOGOS JOGANDO MAL PRA CARALHO, POR QUE DIABOS ELE IA COMEÇAR A JOGAR JUSTO AGORA?!

- Ao som de: sessenta e dois mil e sessenta e três mulambeiros felizes, cantando -

domingo, 18 de maio de 2008

Tempo Perdido

Perde-se tanto tempo com o que se pensa ser importante, mas não passa de devaneio; falta de atenção. Convencionou-se precisar demais do que é pouco necessário, e a avaliação e o bom-senso foram jogados para um segundo plano, enquanto adota-se uma filosofia não-irente ao próprio ser, mas que alguém um dia adotou pra si e vendeu os bons frutos da ocasião. Negam-se os instintos, os sinais, as vontades - até o próprio sentimento, - em busca de um ideal que nunca se quis, nunca se pesou corretamente, para saber se é realmente esse o fim que se deseja. Já disse o poeta que mentir para si mesmo é sempre a pior mentira, mas sei que é também a mais fácil mentira a se contar; enganar é dizer o que se quer ouvir, e mesclando a vontade de dizer com a vontade de ouvir de nós mesmos, é fácil estabelecer uma rede de fantasia aonde nos prendemos. Sei, pois aprendi da forma mais dura. E tentei passar adiante o que aprendi, pois se alguém pudesse aprender de outra forma que não a que tive que experimentar, seria para mim uma vitória. Mas não consegui, e certas lições têm que ser aprendidas por tentativa e - inevitável - erro. Inevitável como uma bala em meio-vôo, dirigindo-se ao seu alvo. Ora-se, compram rosas, lástimas são feitas: qualquer coisa, menos parar o projétil.

- Ao som de: The Dillinger Escape Plan - Hollywood Squares -

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Aniversário do Oráculo

Bem pessoal, eu sei que está meio atrasado para dizer isso, mas...
No último dia 7, o Oracúlo completou 18 ânus!
É um verdadeiro fenômeno!
E agora que este rapaz já tem a maioridade lombo-rabal, desejemos felicidades para ele, porque ele merece!
Ueeeebaaa!
Ele vai poder beber agora! (Haueuahheaueuaheu. Péssima piada, nem eu ri)

Todo mundo, mande um abraço para este nosso querido furry sem pêlos!

[]'s!

Parabéns cara!!!

terça-feira, 6 de maio de 2008

Dormindo Com Fantasmas

Talvez seja o objetivo da minha vida nunca saber quem é a outra face no espelho, olhando pelas minhas costas com seu sorriso azulado e sarcástico. Pode ser esse o caminho, minha eterna busca, minha Torre: saber quem é essa criatura siamesa que me habita. Se o for, será minha busca interminável, pois as linhas já se borraram e se fundiram com o ambiente, e não sei mais dizer quem sou eu, quem é alienígena. Não sei apontar porque sinto essa presença, mas sei dizer que essas oscilações não são minhas. Asseguro que não sou eu, mesmo parecendo que jogo a culpa dos meus surtos e recaídas sobre outro, e que se pudesse, teria o equilíbrio. Não me sentiria tão sozinho, nem tão culpado - seja lá o motivo do meu martírio. Saberia amar e não desprezaria tudo, e todos. Se pudesse escolher, seria mais um entre tantos, e não o único; me preocuparia mais com o clima do que com o tempo. E se ele me concedesse uma trégua? E se o relógio parasse de marchar rumo ao fim? Quem diria eu ser num momento suspenso dos trilhos do tempo? Minto que sei quem sou, mas não sei se sou, ou se divido o ser. Não saberia ao menos dizer quem sou agora.