terça-feira, 22 de abril de 2008

Enfim, a verdade







Afinal não foi nem o pai nem a madrasta....
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Não fui em quem fiz, roubei de um fórum.
Fiz de tudo para não rir, mas não consegui.

Estou postando para vocês se sentirem culpados também.

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EDIT: Bem, já roubei uma imagem. E já que o tema são notícias brasileiras, qual o problema de roubar outras duas então?




Mais um brasileiro em LOST:


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E mais sobre o Padre Voador:

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Capricórnio

Falta-me foco. Objetivo, planejamento, finalidade; destino.
Falta-me liberdade, mas falta-me amor.
Falta-me uma família, pertencer.
Falta-me estabilidade na corda bamba.
Falta-me serenidade, calmaria, paciência.
Ou será que inventei tudo isso?
Falta-me realidade, mas falta-me vivência.
Falta-me um ka-tet, a que possa me referir an-tet.
Falta-me aceitação da vida como é.
Falta-me ambição, vilania, sagacidade.
Ou será que me inventaram tudo isso?
Falta-me foco.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Altruísmo Involuntário

Começou com eu pegando um ônibus no ponto perto da casa da minha namorada.
Ela mora na Ary Parreiras e eu queria ir para a casa de meus avós, ou seja, peguei um ônibus em direção à praia.

O ônibus era o 61, linha Brasília. Um micro-ônibus, na verdade. Um micro-ônibus bem escroto por sinal, que só pára no ponto mesmo.
Fiz sinal ao vê-lo, um pouco distante, antes do ponto. Mesmo sem carro algum vindo atrás, o filho da puta só foi parar no ponto, bem à frente, me fazendo correr para pegá-lo, antes que abrisse o sinal.
Nisso, uma garota também corria para pegar o ônibus. Eu pouco me fudia para ela, pretendia até entrar antes. Mas ela foi mais rápida, e quando eu parava pra recuperar o fôlego, ela subiu me dando um "obrigado" acreditando que eu dera lugar para ela subir.

Dentro do micro-ônibus, uma surpresa: O preço não era de 2 reais, como eu tinha imaginado (ando com o dinheiro do ônibus na mão antes de entrar, para agilizar minha entrada, já que o motorista é também cobrador). Sentei atrás do motorista, de frente para a porta de entrada, para contar moedas e inteirar a minha passagem. Nisso, fiquei vendo a garota. Ela tinha apenas uma nota de 2 e uma outra nota de 50. O motorista obviamente não tinha troco para a segunda nem ia ficar no prejuízo aceitando a primeira. "Se fudeu", pensei. Olhei em volta para os outros passageiros e soube que ninguém iria querer pagar também. Continuei procurando nas minha moedinhas.

Quando me levantei para pagar a passagem, entra um velhinho no ônibus. Um velho bem velho, meio passado, daqueles que a gente olha e sabe que é o nosso destino e espera que demore pra caralho pra chegarmos lá. Para subir no ônibus, apoia a mão no corrimão e agarra o meu desprevinido braço, quase puxando nós dois para a calçada. Eu não podia agitar meu braço, porque o senhor ia ficar bem detonado se caísse na calçada. Fiz força e puxei-o para dentro. "Obrigado, rapaz", ele disse. Avançou e sentou-se no meu lugar, em frente à porta. ¬¬

Paguei ao motorista com uma moeda de 50 centavos. Daí, sentei-me ao lado do velho. A garota me cutucou, sorrindo: "Você pagou a passagem para mim?". Caralho, merda, porra. Odeio perder dinheiro, mas também não podia dizer: NÃO PORRA, PAGUEI A MINHA PASSAGEM, MAS O MOTORISTA FOI BURRO E ACHOU QUE EU ESTAVA PAGANDO A SUA E PORTANTO NÃO ME DEU TROCO. Isso seria rude. E rude é ruim. Sorri e respondi que sim, eu tinha pago, mas ainda faltavam 10 centavos para pagar a passagem de ambos. A garota respondeu que não tinha, que só tinha 50 reais (em um tom que qualquer assaltante no ônibus ouviria). Senti vontade de enfiar sua cabeça através do vidro. Felizmente uma senhora me impediu, oferecendo 10 centavos. Uma boa alma.

Durante o trajeto, o velhinho me perguntava a cada rua se eu sabia onde era a Lopes Trovão e se ela já tinha passado. Eu teria que saltar no ponto entre a Presidente Backer e Lopes Trovão, então disse que iria avisá-lo na hora certa. "Deus te abençoe", disse o senhor. Isso me deu um aperto no coração.

Chegando no meu ponto, levantei-me para saltar, e fui até a porta. Ia largar o velhinho ali no ônibus, só para poder fazer uma má ação. Mas faltou-me coragem. Avisei-o que ele deveria saltar para ir pra Lopes Trovão. E enquanto eu descia, adivinhem? Novamente o agarrão no meu braço, dessa vez para descer.

Já na calçada, ele me disse: "Obrigado filho. Esse mundo precisa de mais gente como você". (E começou a ir embora, na direção da Presidente Backer, mas mudou direção e foi pro lado certo.)

Me senti realmente mal com a afirmação do velho. Não queria ter ajudado ninguém, mas todo mundo ficou admirado mesmo assim, só faltou ganhar a chave da cidade.
Por isso que tanta gente merda se dá bem nesse mundo...

Na casa da minha avó, perdi o apetite, não consegui almoçar.


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Pelo menos estou melhor que o Oráculo e seu tratamento com velhinhas lerdas na calçada:

CAI FORA, PORRA!

domingo, 13 de abril de 2008

Ser-me

Às vezes, eu sinto que não existo realmente. Sinto que não existe unidade em mim: eu não sou um ser humano. No meio de minhas transcedências interiores, às vezes me pego pensando se não sou somente um receptáculo; algo como um cálice, ou como uma marionete. Nesses momentos, desando a pensar se não sou escravo de mim mesmo, e se eu realmente sou - qualquer coisa, apenas ser. Nessas horas, sei que meus olhos mudam de tom (ou pelo menos de expressão) e começo a ver o mundo de outra forma, completamente paradoxal à anterior; sei que minha boca não profere mais minhas palavras, mas sim de alguma outra entidade que em mim habita. Às vezes, me sinto prisioneiro de múltiplas personalidades que coexistem dentro de minha cabeça, todas competindo por maiores tempos de emersão; como se eu fosse apenas o meio de todas essas diferentes personas habitarem o mundo em espaços de tempo aleatórios. Apenas o corpo físico daquela que vence todas as outras e impera sobre essa estrutura bípede, enquanto esta não for revogada de volta à batalha, e o ciclo recomeçar. Já ouvi de algumas pessoas que meu problema não é a minha volatilidade ou meus acessos de psicose, e sim um quadro de dupla-personalidade. Às vezes, penso com meus botões - e com as vozes conflitantes - se realmente é esse o meu problema. E penso escondido delas se seriam apenas duas.

- Ao som de: The Number Twelve Looks Like You - Category -

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Porco Almejado

Se tem uma coisa que consegue enojar e tirar este que vos escreve do sério, é a hipocrisia. Imaginem o desgosto do mesmo ao chegar novamente, mas não pela última vez, à conclusão de que a raça humana se entregou plenamente à tudo que a moral criada por ele mesmo diverge. É até cômico: peguemos um segmento muito cotidiano da sociedade atual - os escravos do colarinho branco. Aqueles que reclamam da política monetária do governo e da corrupção na política, mas ao final do mês, sonegam o imposto de renda e admitem-no de vento em popa, até com certo orgulho. Os porcos almejados com suas gravatas cinzas, caídos em fila no chão, e não conseguindo erguer-se sem cravar mais fundo a estaca a cada movimento. Engraçado assistir o discurso típico de certos indivíduos desse segmento, dizendo que "a vida real é assim", e diversas outras histórias de caroxinha, na tentativa de justificar seu próprios pecados, não para si - pois dispensam esse tipo de julgamento, - mas para sua audiência, com medo da retaliação daqueles que nadam contra a corrente, mesmo sabendo que o meio favorece o contrário. É lastimável pensar que palavras assim são proferidas por indivíduos que nunca se esforçaram para trazer melhorias ao mundo em que vivemos ou ao ambiente daqueles que os cercam, talvez não pelo fato destes tentarem corromper aqueles que o fazem, e sim pela perda da identidade coletiva da humanidade. Adquirimos uma mentalidade "sobrevivencialista", aonde somos nós contra o mundo, cada um por si, Deus nos abandonou há muito tempo, e a vida real é assim. Me alegro em ver que a minha geração parece se levantar contra tudo isso: tenho a impressão de que a juventude tem desenvolvido lentamente seu senso de coletividade, e se esforça para criar um lugar melhor - embora ainda extremamente alienada, sob alguns aspectos. Torço para estar certo; trilhamos um caminho muito longo pela Estrada da Perdição, o suficiente para ver a escuridão do túnel à frente. Se dalí sairemos, não se sabe - muito menos o que passaremos lá dentro. Ainda há tempo de se reescrever o quadro, mas mesmo este nos escapa...

- Ao som de: The Blood Brothers - USA Nails -

quarta-feira, 9 de abril de 2008

The Order Of The Stick

Mais uma vez, perdoem a minha ausência. Tenho passado por um período de bloqueio criativo brutal, o que além de estar me frustrando tremendamente, diminui a possibilidade (já escassa) de minhas contribuições ao blog serem efetivadas. Sinto muita falta de escrever aqui, mas toda vez que tento, me enfureço por não conseguir passar da primeira linha. Mil perdões, pela milésima vez. De qualquer forma, há muito tempo tenho o desejo de postar sobre o assunto que abordarei hoje, finalmente. E como este assunto não exige muito esforço poético de minha parte, pode ser que ele seja o girar da ignição para o meu retorno definitivo. Esperemos que sim.

O Smokey, há algum tempo, postou neste blog sobre o The Perry Bible Fellowship, um webcomic humorístico - praqueles que perderam o supra-citado post, e se interessarem, é só procurar nos nossos arquivos pelo post homônimo ao comic. Pois bem, tenho eu também um gosto especial por webcomics. Não posso dizer ser fanático pela coisa, mas certamente, adoro o The Order Of The Stick.

Esse comic (que daqui em diante, será chamado por nós de TOOTS, para fins de abreviação) é direcionado aos jogadores de RPG, mais diretamente àqueles que jogam ou já tiveram alguma experiência com o bom e velho D&D, ou edições anteriores. Ao contrário do The Perry Bible Fellowship, o TOOTS segue uma narrativa linear, contando uma história que é continuada a cada nova tira. A história em questão conta as desaventuras do guerreiro Roy e seu grupo de companheiros contra o lich Xykon, mas nunca deixando de lado o humor, com uma leve pitada de non-sense. Além de Roy, o grupo de aventureiros conta com personagens do naipe de Belkar, o halfling sociopata; Elan, o bardo chato e imprestável; Vaarsuvius, o mago elfo - ou seria uma elfa? - e mais alguns, além dos trilhões de antagonistas igualmente divertidos.

Não é necessário o conhecimento de RPG's para a leitura, mas algumas piadas passarão dispercebidas por aqueles que nunca tiveram contato com o jogo. Mesmo assim, é uma leitura que garante muitas horas de divertimento; eu mesmo, quando conheci o comic, perdi dois fins de semana lendo-o, e fazendo nada além disso. Garanto: é absolutamente viciante.

Segue aqui o link pra quem quiser dar uma conferida: The Order Of The Stick #1

Como sugere o nome, os desenhos são todos baseados nos famigerados bonecos-de-pau - sim, aqueles que seres sem coordenação motora usam para se expressar graficamente, como eu, - portanto, não sugiro que esperem um alto padrão estético ao lerem a tira.

Fica aí a minha dica. Em um próximo post, dissertarei sobre outro comic que aprecio.
Longos dias e belas noites, e até a volta!

- Ao som de: 30 Seconds To Mars - Oblivion -

Ponderações e desejos

Algumas vezes, especialmente quando estou deitado em minha cama e o meu barulhento ventilador está no máximo, parece que escuto o barulho do filme da minha vida correr pelo rolo.
São aqueles rolos grandes, com um monte de quadros.
E eu escuto quadro a quadro passando pela tela.

*tlec**tlec**tlec**tlect**tlec*

Nessas horas, caio em meditação.
Como em uma experiência de quase-morte, alguns quadros vão passando.
Mas estranhamente só me retenho nos quadros que traziam alternativas paralelas as que eu escolhi.

Fico imaginando como seria se não tivesse tido preguiça e me matriculasse com meus amiguinhos (que eu acabei me afastando) na escolinha de surfe, aos 12 anos. E como seria se eu tivesse ficado realmente bom no negócio. É provável que hoje em dia eu fosse bem escroto, mas não sofreria tanto no período infernal que foi da 5ª à 8ª série, pois ainda estaria andando com aqueles que me fizeram sofrer, por ter feito sucesso entre eles.
Eu tinha vontade de surfar, não por causa daqueles moleques, mas porque parecia uma coisa legal.

E se eu realmente tivesse me dedicado à alguma coisa?

Se eu realmente entrasse de cara no piano, praticasse 16 horas por dia? Tem um garotinho de 11 anos no meu Conservatório que toca melhor do que eu. (Sim, ele é um fenômeno e aparece em todas as revistas e jornais, mas ainda assim toca melhor do que eu com 7 anos a menos). Eu poderia chegar até o Carnegie Hall em Nova York. Poderia ser o melhor do mundo, lançar Cd's que as pessoas comprariam e escutariam em engarrafamentos ou sessões de Yoga. Mas eu sei que não tenho capacidade nem perseverança para isso. Nem para superar o garotinho de 11 anos.

*tlec**tlec**tlec**tlect**tlec*

Eu poderia me dedicar a um jogo de videogame. Quem nunca sonhou em participar do campeonato mundial de um jogo em Tóquio e vencer o atual campeão, um japônes demoníaco, numa final emocionante, com tudo gravado e upado no Youtube, para que as gerações futuras se inspirassem em você? E no entanto, nem isso eu consigo.

Nem inteligente suficiente eu sou. Ao invés de estudar, me disperso. Aprendia a matéria por osmose, mas agora que os professores não dão matéria e os alunos têm que correr atrás, começo a sentir o peso da (ir)responsabilidade em minhas costas.

Caralho, não sou nem engraçado o bastante para ser alguma coisa expressiva. Eu queria fazer a piada mais engraçada do mundo. Aquela que assim que eu terminasse de escrever, eu morreria, de tanto rir. E no entanto, se meu sonho era ser um Monty Python, estou mais para Tiririca.

E escuto o rolo passando a entro em agonia profunda. Eu queria ser o melhor em alguma coisa.
Todo mundo quer, na verdade. Toda a humanidade possui um desejo inato de querer se destacar do resto da humanidade.

*tlec**tlec**tlec**tlect**tlec*

A dúvida surge: Vale mais a pena ser o melhor do mundo em uma coisa e ser uma merda no resto ou ficar na média, sendo medíocre em tudo?

Tudo bem, não quero fugir do meu destino. Sei, por exemplo, que eu nunca terei um pênis igual ao rabo de um Saiyajin, dando uma volta na cintura.

Mas, caralho, eu podia ter me esforçado mais.
Eu podia ter me destacado entre todos.
Eu podia ter sido o melhor em algo.
E se o rolo acabasse agora?
O que eu teria sido?
Expressivo?
Regular?
Médio?
Nada?


*tlec**tlec**tlec**tlect**tlec*