quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

As Melhores Coisas

1º - Dormir
2º - Comer
3º - Ter uma banda de metal extremo
4º - Fumar
5º - Literatura
6º - Pingüins e insetos em geral
7º - Poker
8º - Usar brincos, costeletas e/ou barba
9º - Cerveja
10º - Sexo

---

Recorde de comentários no blog... Pena que por um motivo não muito inspirador. Pra quem comentou, olhou, passou perto e tomou um tiro, e demais afetados: a história se resume enquanto lêem isso, nesse exato momento. É hora de dar polimento às pontas, e enfim, resolver todo esse embarasso. Peço que não se atenham ao que foi dito, para não gerar desunião entre todos nós, o que nem de longe era o objetivo do meu post anterior. Deixo explícito também que nunca quis ofender ou fazer intriga com qualquer coisa que tenha dito: pelo contrário, nunca esperei que o Blog tivesse esse alcance, e aquilo pra mim foi um desabafo, como foram todos os posts desse blog. E aparentemente, fui mal interpretado por aquele a quem esse post faz alusão, então chega a hora de abrir as cartas e ver os soldados cairem, um após o outro, ou se reerguerem com suas bandeiras.

- Ao som de: Ill Niño - Violent Saint -

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Mordidas De Amor e Marcas De Corte

Não acredito em certo e errado, pois penso que esses dois conceitos são relativos. Cada indivíduo tem seu conjunto de idéias e ideais que a ele são corretos ou errôneos, e ninguém pode afirmar que um elemento é totalmente certo ou não, já que o "certo" daquele a quem o dito elemento se refere é completamente diferente dos demais (quanto mais se tratando do meu). Por isso, não julgo; simplesmente aceito, ou não. Não perco meu tempo tentando mostrar aos outros o meu "certo", mesmo que este queira dizer uma visualização calculista sobre o assunto em pauta, como geralmente o é, e muito provavelmente seja o caminho mais frutífero a se seguir. E sou egoísta: coloco sempre o meu bem-estar na frente do de qualquer outro, seja lá quem for - e acredito que esta seja uma prática saudável, pois dela é resultado a segurança necessária para se viver bem consigo mesmo, independente do fator externo. Por ter adquirido essa segurança, me coloco no direito de não aceitar, e não me sentir culpado por não me incomodar em deixar algo para trás, junto com aqueles que sofrerão por este algo, sem ao menos questionar sobre a situação dos que não dispõe de tanta coragem. E abandono completamente por ser extremista: odeio meios-termos, odeio paz armada. No meu campo, são todas as rosas ou nenhuma, um tiroteio ou silêncio absoluto. Faço questão de não guardar qualquer esqueleto em meu armário, e os enterro em leitos fundos como aqueles destinados a corpos radioativos, para serem devorados pela passagem do tempo, e nunca mais lembrados senão pela lápide que os guarda. Mas sou compreensivo o suficiente para lutar contra toda essa profundidade - esse esquecimento - com uma pá, se a causa valer a pena.

Adeus, velho amigo. Fizeste parte de minha vida por um longo período, e foste fundamental nela ao iluminar as escolhas que eu viria a fazer, todas corretas, e nenhuma da qual me arrependo. Serei eternamente grato por todos os momentos que me foram propiciados nesse tempo pela figura caridosa que um dia foste, o voluptuoso leão branco. Mas chega a hora de partir, e deixar os fantasmas do passado em seu devido lugar: no passado. Foi um prazer, enquanto foste verdadeiro a ti mesmo. Boa sorte, e mais uma vez, obrigado.

- Ao som de: Deftones - Beware -

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Buenos Aires, capital do Brasil.

Olhem essa propaganda do Sprite que anda circulando na Tv.
Olhem bem.



Viram?
Acharam o quê, bonitinho? Acharam a narração do João Gordo engraçadinha?
Eu vou dizer o que essa propaganda é.
Ela é o marco da cara de pau dos americanos.
Uma prova viva de que eles acham que a América Latinha e uma grande favela mexicana.

Vou explicar porquê.
No canto superior da tela, aparece escrito Coca-cola Brasil [quase não dá pra ver nesse vídeo, mas na TV o "Brasil" fica bem em destaque].
Agora reveja a propaganda. Olhe para as faixas de parabéns para você.
Olhe para as letras penduradas na porta.
E o que temos?
Espanhol -_-, "Feliz Cumpleaños e Bienvenidos" [ou seja lá como se escreva, não falo espanhol mesmo].

Pode até parecer pouca coisa. Mas aí ficam algumas perguntas. Se a Coca-cola tem dinheiro para produzir uma cara e divertida propaganda digital parodiando GTA e fez as alterações necessárias para adaptá-las ao Brasil, porquê não pôde mudar uma simples faixa de aniversário?
Até porque a propaganda deve ser norte-americana.
Se pôde ser adaptado para o espanhol, porquê não mudar para o português também?
E se o Brasil não é tão importante, porque então de frisar o "Coca-cola Brasil'?

É simples.
É que os americanos tão pouco se fudendo.
Se a capital do Brasil for Buenos Aires ou Brasília, não faz a menor diferença.
Se o Rio de Janeiro é perigoso por causa dos jacarés da Amazônia [conforme o Discovery Chanel noticia], e isso não faz o menor sentdido, eles não ligam.
Para eles, tudo é "Them Mexicans".
Só importa que bebam o produto deles e queiram repetir.

E essa propaganda é uma clara mostra disso.
Como deixa uma atrocidade dessas circular em rede naciona?
Será que só eu que vi isso?
Só bebo Guaraná Antartica por enquanto.

------------------------------------------------------------------------------------------------
Mais uma propaganda do Sprite, que demonstra o descaso dos americanos com o aquecimento global e a emissão de gases:

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Um Certo Romance

É bom saber que está tudo no lugar, às vezes. Por mais que oceanos arredios sejam o ambiente ao qual se está acostumado, e sejam o lugar devido pra uns, às vezes é bom sentir que o Universo está em equilíbro, e mesmo que este venha a se desequilibrar, da balança serão removidas energias provindas de outros círculos para rebalancear o sistema. Assim se define o capítulo atual no romance em que vivemos: sentir-se seguro na tempestade, como num olho de furacão. Os dois lados da moeda, a calmaria e o trovão num jarro transparente, instantes de trégua. Assim o pistoleiro afirmou sua posição, conciliando o espírito indomável de artilheiro com a serenidade dos amantes. E assim ele será feliz, enquanto esse capítulo não terminar, ou o livro for fechado antecipadamente. Um soldado não tem motivos após o término da guerra, tendo que aposentar suas armas; mas este que vos escreve fez as pazes com as suas, e ao invés de atacante, se tornou um guardião. Destruir é muito mais fácil que construir, e às vezes mais prazeroso - e em outras, necessário. Porém, podem ter objetivos parecidos: quando se mata para se proteger, mesmo que seja o próprio atirador, se está, de certa forma, defendendo algo. Cultivar é uma arte, como é regular o término. É só uma questão de saber pra onde o vento sopra. No momento, a brisa sussurra que o fim pode ter mudado, mas os meios continuam os mesmos. O artilheiro vive, mas optou por ampliar o seu campo de proteção àquela que traz, depois da tempestade, a Bonança.

- Ao som de: The Number Twelve Looks Like You - Alright, I Admit It... It Was A Whore House -

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Donnie Darko

Todo ser vivo morre sozinho. Assim é o elefante, que ao pressentir a chegada do Carrasco, se retira para as montanhas, solitário, para agonizar seus últimos instantes, só; assim é o tigre sorrateiro, como é o dragão escondido. Talvez, o nêmesis da vida não seja de fato a morte: não, talvez esta seja uma consequência, e não o marco. Talvez o oposto da vida seja a solidão.
E assim são os seres humanos. Enganamo-nos quando nos convencemos de que qualquer posse ou aspecto de nossas vidas nos acompanhará na morte. Não, senhores: assim como na vida, na morte as amizades se quebram, o dinheiro vira pó, a fama é irrisória e todos os laços de amor estabelecidos - sejão lá qual forem o tipo e a intensidade dos mesmos - são desfeitos. De nossa vida material, nada nos acompanhará até a clareira no fim do caminho. Nossas conquistas nos confortam em vida, mas na morte, são todas tornadas novamente no pó de onde um dia vieram.
Naturalmente, surge então a pergunta: o que é a vida, senão tempo desperdiçado? Pra que lutar pelas batalhas que eventualmente perderemos para o tempo?
Porque não nos foi dada qualquer opção. Simples assim.
Dizer que não perderemos a guerra mesmo que vençamos todas as batalhas seria mentir. Mas a única alternativa é a desistência: não entrar em batalha alguma, e contar os anos até o dia de nosso juízo, não guardando nada senão duas moedas de prata para o barqueiro. Os dias seriam castigos intermináveis, até que o Caronte viesse nos libertar da agonia, após anos de prisão em nossa própria vida.
A opção que temos é fazer da vida um fim em si mesmo. Travar as batalhas pelo benefício de lutá-las, buscar a perfeição pelo prazer da busca, e alienar a preocupação com o que o futuro nos reserva. Um dia, veremos nosso passado correr por diante de nossos olhos, enquanto tudo que conquistamos ruirá ao som de um coral de anjos que saudarão nossa saída do plano mortal. Nesse dia, a solidão será nossa única companheira, sem sombra de dúvidas; mas fazendo da passagem pelo mundo uma montanha-russa, não teremos medo da morte. Pois contentes ou não, todos morreremos, e morreremos sozinhos no mundo, mas ainda resta a opção sobre o contentamento com o qual o faremos.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Quando Você Acordar

Quando você acordar amanhã, terá começado o ano letivo praqueles que: A) ainda estão no Ensino Médio e Fundamental; B) se inscreveram em cursinhos de pré-vestibular; e C) se inscreveram em faculdades particulares. A festa acaba para muitos, e para outros, continua na surdina. Alguns abdicaram dela, procurando um caminho na vida; enquanto outros a encontraram como sendo o único caminho.
Quando você acordar amanhã, se levantará de sua cama num salto, correrá pela casa a fim de se arrumar rápido, pois as aulas já começam. Afinal de contas, você esqueceu que suas aulas começariam no dia seguinte, pois o dia seguinte é sempre o dia seguinte, o dia seguinte é o policial que te manda encostar seu carro e seus dezoito anos no acostamento, o dia seguinte nunca chega, mas enfim chegou. E você lamenta não ter mais um dia, um minuto, um instante para se deitar e pensar que a vida é mais uma cerveja, uma transa, uma última música, maestro.
Quando você acordar amanhã, o grupo a qual pertenço se levantará tarde, como de praxe, e verá um dia radiante à frente; porém, a radiação envenena, à medida que os telefones tocam sem resposta, e quando ela vêm, é na forma de uma negativa, pelo bem do discurso escolar. Afinal de contas, você se esqueceu de que nem todos os seus amigos passaram para uma faculdade pública, e tem que começar a correr atrás, coisa que nunca fizestes em toda a sua vida, ó presunçosos dezoito anos. E você lamenta não ter companhia para sua última cerveja, sua última noitada, sua última valsa, aquela que amo, em dó maior, por favor.
Quando você acordar amanhã, o tempo voltará a correr seu fluxo contra todos nós.

- Ao som de: Radiohead - The Gloaming -

Porquê Lost é foda:

Recomeçou semana passada aquele que o seu caríssimo Smokey McPot considera o seriado mais foda de todos os tempos: LOST.
[Para o Oráculo, esse cargo fica pra o seriado do rabugento doutor HOUSE, mas infelizmente eu não tive tempo para acompanhar muitos espisódios dessa série. Que por sinal realmente parece ser ótima, mas ainda fica atrás de Lost, até que o Oráculo venha defender a sua queridinha.]
Ahem.

Retomando: Estreou semana passada a quarta temporada de Lost na terra do Tio Sam. Mais alguns meses e deve estrear aqui em terras tupiniquins, via Tv à cabo na AXN. Quanto à TV aberta, nem sei se a terceira temporada chegou a passar na Globo.

O Smokey McPot, como todo bom viciado geek obviamente espera o torrent do episódio sair para dormir ansionso, enquanto o computador faz o trabalhinho sujo durante a madrugada.

Devo dizer que estou surpreso com essa 4ª temporada. Pelo simples fato de ela mostrar como Lost é uma série foda, com fôlego para te deixar grudado na poltrona, louco pelo próximo episódio, mesmo após 3 temporadas.

Fiquei pensando e resolvi listar 5 motivos pelos quais Lost é o melhor seriado já feito:

1 - Os mistérios: A grande marca registrada de Lost são os seus mistérios. "Ei, porque tem um urso polar na ilha?", ou "Cara, porque fizeram uma estátua de um pé gigante? E porque ele só tem 4 dedos?". Você vai sempre querer saber mais. E quando um segredo finalmente é revelado, quinhentos outros aparecem. E você VAI querer saber as suas respostas. E como os produtores são espertos, sempre vão colocar o clímax do episódio no final, te deixando maluco para saber o que acontece a seguir.

2 - Os personagens: Ok, esse é outro ponto MUITO importante. Todos os personagens têm algo a dizer. Você sente eles vivos, pessoas de verdade colocadas em situações absurdas, perdidos em uma ilha estranha e separados da civilização. Além do mais, eles são cativantes, graças aos seus flashbacks, onde cada episódio vai focar na vida de um personagem antes de sua entrada na ilha [SPOILER:ou depois.]. Quando um deles morre, você realmente sente a perda. Sem contar na variedade de personagens....um médico, uma patricinha, uma fugitiva da polícia, um roqueiro dogrado, um paraplégico que magicamente volta a andar, um cara que vê o futuro, outro que não envelhece nunca... Foda demais.

3 - A ilha: Apesar da série se passar em alguma ilha no Pacífico, a maior parte do seriado é filmada no Havaí. E devo dizer, que cenários. A praia deserta cristalina, a selva cheia de perigos, as montanhas, a cerca sônica [opa]...tudo é filmado de tal jeito que esse lugar mágico realmente parece real, uma ilha que dá gosto de se ver e de se perder.

4 - Os outros: Nem só os sobreviventes do vôo estão na ilha. Mas...quem são os outros? Hehehe, tem coisa melhor do que ver esses personagens dividirem um lugar com alguém que não fazem idéia de quem [ou o quê] são?

5 - O monstro: Cara, tem um monstro na ilha. Você está andando pela selva, de repente começa a escutar um barulho parecido com uma máquina registradora e aí....é melhor correr >=].
Tem coisa melhor?



E é isso aí pessoal.
É por isso que Lost ruleia.
Se ainda não assistiu, sugiro essa site para baixar episódios antigos e novos:
http://www.lostdownload.blogspot.com/
Tem tanto em formato .Rmvb [epis leves, rápidos para baixar] quanto .avi [episódios com qualidade maior, demoram mais parar baixar e estão em .torrent].
Aproveitem e assistam à essa série foda!!


E por último uma palinha para vocês [com SPOILERS]:

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Todo Carnaval tem um fim

Acabaram as férias do Blog da Insônia, pessoal.
Na verdade, pro Oráculo parece que já tinha acabado faz tempo, mas pra mim tudo parece novo =]
Honestamente, a única vez que viajei nessas férias foi mesmo agora no carnaval.
Segundo meu avô, que foi internado no começo do Carnaval, foi o Carnaval mais escroto em muitos anos, pois chuveu o feriado todo.
Para a população pobre de Tersópolis e do interior de Minas Gerais, que perdeu as casas com os alagamentos das chuvas também. Mas pobre é foda, vive dizendo que não tem nada e quando chove diz que perdeu tudo.

Então, devo dizer que meu feriado foi realmente bom. Fui pra uma fazenda com minha namorada, espécie de lugar que eu não ia desde que o Oráculo me chamou para uma quando eu tinha 6 anos.
A fazenda era perto de Duas Barras. Não sabe onde é Duas Barras? É um lugar longe. E o "perto" da fazenda são meia hora de carro do Centro de Duas Barras, numa estrada de barro.
Lá não pegava celular, tinha cavalos, forno à lenha, mesa de totó [I S2 TOTÓ], e, principalmente, vacas.
Cara, é muito bom ouvir vacas mugirem. Falando sério, é engraçado, divertido pra caralho. Múú.
Deite numa rede e fique escutando. Múúú.
Era tudo que eu precisa ouvir pra relaxar. Voltei Zen.
Eu queria morar numa fazenda, plantar Inhamê e vender para a Elma Chips.
Mas a distância da civilização e a necessidade de escrever no Blog me obrigam a voltar para a cidade grande.
Para os ônibus fedidos.
Para a cidade da escola de Samba humilhada.
Para minha família e minha casinha ^^.
De volta ao mundo real.

Pena que todo carnaval acaba, e toda a Quarta-feira de Cinzas passa mais rápido do que a Terça-feira Gorda....

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Lenços de Algodão Egípcio

A vida é uma cruzada: uma grande guerra composta de inúmeras batalhas. Nunca se ganha todas, assim como nunca se perde todas. Tiram-se os louros das batalhas vencidas, e valiosas lições das que se perde. A guerra travada diariamente contra nós mesmos pela perfeição, pela iluminação, pelo nirvana; a eterna busca pela Torre e pelo campo de rosas vívidas. Mas se a perfeição é algo intangível, inalcançável, então do que se trata a vida?

A resposta é expressa simplesmente, mas seu significado é muito mais profundo: vivemos e morremos pela busca. Aprendemos nossas lições durante a trilha do árduo caminho de pedras que é a existência humana. Vivemos e morremos para buscarmos um ideal que sabemos que nunca atingiremos, mas cientes de que o caminho nos fará crescer, vigorar. O momento exato da aquisição de um objetivo não demonstra ou dispõe conhecimento ou aprendizado algum, mas o trabalho penoso em direção a ele é o agente que molda, engrandesce e configura nossa essência, nossa experiência de vida. A medida de proximidade em relação à perfeição não abrange o cumprimento do caminho trilhado, ou quanto tempo foi dispensado à busca; compreende o quanto se aprendeu durante a busca, com o tempo que a cada um foi concedido.

Fototropismo. Crescemos em direção à luz.

- Ao som de: Björk - Pagan Poetry -

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Clima Tempestuoso

Primeiramente, gostaria de pedir perdão pela minha ausência nesse blog. Tenho andado um pouco enrolado por estar namorando, e ao mesmo tempo, tendo que dar atenção aos meus amigos, paralelamente a curtir o Carnaval; some a isso um período de confusão mental, e temos um blog abandonado. Prometo remediar esse mal que nos aflige, digam Deus-bomba.

---

O ser humano é, por essência, um ser egoísta. Toda a nossa vida é regulada pela nossa própria existência, ignorando o mundo que nos cerca, e a escala de comparação é sempre a nossa própria. Assim como comemoramos a chegada do segundo milênio pós-Jesus Cristo - quem vai me dizer "aleluia" - com um fervor sem igual, quando o planeta tem bilhões de anos e o universo, incontáveis milhares a mais. Temos essa doença degenerativa da visão, que diferente das outras, vira os olhos para trás. E mesmo quando nos convencemos de que somos conscientes, enganamo-nos: o falso estado de consciência do universo ao redor de cada um é derivado do simples ato de se tapar os olhos enquanto olhamos diretamente para dentro de nós mesmos. Nesse falso estado de iluminação, cegamo-nos, por mais irônico que o seja. E assim, transcedemos para o outro lado do campo, o lado que repudiamos ao encontrarmo-nos superiores e donos de nós mesmos em relação aos que não compartilham dessa falsa dádiva. Cegamo-nos, e assim, perdemos a consciência do que nos circunda. Cegamo-nos, e nos enganamos, mentimos pelos dentes para o espelho; e enquanto pensamos sermos mais fortes e mais capazes, somos apenas mentirosos e cegos.

E aqueles que alcançam a verdadeira consciência são eternamente malditos. São os que sempre sentirão o peso das verdades que ninguém conclui, e das dúvidas que ninguém enxerga. Os eternos insatisfeitos, os sempre introspectivos, aqueles que carregam em suas costas o peso de sua própria experiência com o mundo dia após dia. São os que vêem através do que não gostariam de ver.

Imagine-se plantando uma árvore. Pegue a semente, imaculada e impotente, e plante-a em solo fértil, adubado. Cuide dela: regue-a disciplinadamente, corte os galhos que arriscam seu bem-estar, proteja-a de predadores. Com o tempo, sua semente se transformará numa muda, e daí, para uma frondosa árvore, ganhando rigidez, presença, tamanho, e a capacidade de gerar frutos e sombra. Mas por mais que o crescimento dessa árvore tenha sido, em boa parte, devido ao seu árduo compromisso para com o desenvolvimento da mesma, ela nunca irá em sua direção. Uma árvore sempre crescerá em direção ao Sol, e por consegüinte, distanciando-se das mãos que manusearam o regador.

A mesma luz que só os iluminados vêem é a luz que tira deles tudo que eles amam.
Assim como são as coisas, são as pessoas; e tudo se define por fototropismo.

- Ao som de: A Perfect Circle - Weak And Powerless -