Trilhando meu caminho, por encruzilhadas e guerras, ouço uma voz. Uma voz crítica que me manda olhar para frente, e além das montanhas no horizonte, antecipar-me às batalhas. Mas este é o último pistoleiro; esta é a última arma restante na paisagem, e além dela. Segui em frente, por anos, enquanto meus companheiros iam e vinham, surgiam e caiam, mas no entanto, a voz era minha fiel acompanhante. E segui, até que não pudesse mais seguir. Segui até minhas pernas pedirem arrego; daí, segui um pouco mais. E a voz zumbia em meus ouvidos como uma oração insistente. E assim foi, por dias, semanas, meses - anos, quase uma década. Até que num suspiro, a voz se abrandou, e proferiu: "olha para baixo, pistoleiro, e cura tua visão; olha para ti mesmo, e vê". E vi então, nítido como nunca havia visto, embora ainda ligeiramente turvo. O pistoleiro confirma que não precisa de lentes para sanar sua miopia; precisa apenas olhar para si mesmo, num gesto de reverência, tão perto quanto se pode estar, para se ver todo o horizonte que se precisa.
- Ao som de: Kaddisfly - New Moon Over Swift Water -
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