sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Todos estão dando duro e eu passei a tarde na piscina...

....da casa de uma amigo pegando sol
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Estou queimado de sol e acho isso ótimo. Fazia muito tempo que eu não pegava um sol bom, pra queimar um pouco. Eu sei que eu sou branco, pálido, mas isso não muda o fato que eu estava ainda mais branco e pálido.
Sem brincadeira, faz mais de uma ano que eu não vou numa praia.
Mas hoje, por coincidência fui de bermuda pra faculdade, e vendo o sol que estava, não resisti e me convidei para ir no play do prédio de um amigo pegar sol e ficar na piscina.
Chamei gente que não podia ir, estava ocupada, estudando.
Aí eu meio que me senti, sei lá...vagabundo (mas ainda assim adorei ficar na piscina, pegando sol sem fazer nada).

Tudo bem, eu sei que Direito no começo não é um dos cursos mais pesados no princípio. Mas eu realmente começo a achar que talvez eu esteja indo devagar *demais*.
Tem um trabalho em grupo que a professora passou em agosto para ser entregue semana que vem, dia 30. Só arranjei um grupo hoje.
Tem uma palestra que eu tenho que fazer um resumo. Não lembro de ter ido, e se eu fui, fiquei fazendo desenhos aleatórios (um astronauta vendo o Armagedon do espaço, o papa Bento XVI malvado, Steve Irwin [o caçador de crocodilos] surfando numa raia, Sócrates dando a bunda pra Platão, Freud roqueiro, Heath Ledger morrendo ou conversando com o Batman, cenas de Lost, entre outros) e não lembro de nada.

Cacete, tem gente que desde o 1º período já faz estágio não remunerado ou trabalha em coisas aleatórias na minha faculdade. Tem gente no 2º que já tá fazendo estágio remunerado.
Eu tô pensando se entro ou não em um estágio não-remunerado no período que vem.
Porra, eu não faço nada para ganhar meu dinheiro próprio, não mexo uma palha, só consigo torrar.
Tudo bem, ainda que eu não trabalhasse, mas fizesse algo de útil pras pessoas eu ia me sentir melhor.
Lá na minha sala tem gente fantástica, que faz uns projetos sociais que eu me sinto muito merda quando os vejo fazendo. Esse pessoal viaja pro Nordeste pra ajudar populações carentes, arrecadam fundos pra comprar presentes de dia das crianças pra crianças de uma creche em uma favela e vão lá entregar...
E eu não fiz nada, nem contribui com dinheiro para esse pessoal comprar as coisas.
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SOBRE A CULPA E A VIDA


Me sentindo muito merda, eis que passeio pela rua e vejo um cartaz de uma menininha com Leucemia, pedindo para as pessoas comparecerem em um posto de coleta de sangue para ver se você é compatível com alguém com Câncer.
Pensei: "Caralho, é um sinal de Deus para que eu faça algo útil para alguém!"
O posto de saúde era na UNIVERSO, no Centro, em um lugar perigoso e fudido.
Esse horário de verão engana. Peguei um ônibus com minha namorada e quando saltei lá já estava escuro. Só aí me liguei que era 8 horas da noite, uma hora bem perigosa para se estar naquele lugar.
Mas, minha culpa e meu altruísmo para com a humanidade fudida me fizeram seguir adiante. Peguei a rua da prefeitura de Niterói.
Aí passou um carro de polícia em alta velocidade.
Dois.
Pensei: "Caralho, vou morrer e a garotinha vai morrer de câncer por culpa disso."
Andando mais um pouco vi uma aglomeração. Muitas pessoas. E carros de polícia e bombeiros.
Perguntei para um dos observadores: "O que aconteceu?"
E ele disse: "Um assalto", apontando para um estacionamento na frente.
Pensei: "Será que os assaltantes estão escondidos no estacionamento?"
Fui até a porta e olhei. Não tinham assaltantes. Tinha um cara morto, a cabeça estourada no chão, saindo sangue. Recuei assustado. Odeio ver gente morta, ainda mais gente TÃO morta assim.
(Se bem que essa semana, fui numa exposição sobre o corpo humano cheio de cadáveres. Além disso, terça-feira estava passando na Presidente Baker quando vi um cara morto, coberto por um saco na calçada. Ele tinha pulado do 12º andar, mas só tinha quebrado as duas pernas. E morrido, óbvio. Mas digo que ele só quebrou as duas pernas porque uma vez, soube de uma mulher que se jogou de um 9º andar e caiu sentada. A cintura dela subiu e foi parar na altura da cabeça. Nojento, triste e doentio).
(Hoje eu soube que o cara que morreu com o tiro era o dono do GPI, mas na hora só fiquei chocado)
Aí eu pensei: "Caralho. É isso, eu vou morrer mesmo e não vou ter feito nada de bom. Só vou ter sugado o trabalho dos outros. Nunca vou ajudar uma criancinha, só por desencarno de consciência de fazer o bem uma vez na vida."
Fui andando até a UNIVERSO, com o cú na mão, com medo de tomar um tiro na cabeça, visto que estava sem dinheiro.
Lá, tiraram um pouco de sangue meu para cruzar os dandos e me deram um lanche.
Andei pelo Centro escuro 21:30h da noite, até o Terminal.

Pronto. Missão cumprida, fiz algo perigoso para ajudar alguém, a culpa se foi. Ou quase.
Se for um doador potencial, vão enfiar uma agulha imensa na minha bunda (*ai*) para tirar um pouco da minha medula. Vai doer. E vai ser desonroso, sobre certo aspecto.
Mas se for para me livrar da culpa de ser vagabundo e não fazer nada, vale à pena, né?
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E de quebra, ainda salvo alguém!
Ô beleza! Herói nacional, já pensou?
Busto do Smokey em praça pública, cheio de merda de pombo?
Foda, hein!

3 comentários:

Lo Scienziato. disse...

e lembre-se: tomar na bunda para ajudar o próximo nunca é algo desonroso

Lo Scienziato. disse...

*ao proximo... odeio gramatica

Smokey Mcpot disse...

Imagina a estátua:
"Smokey Mcpot, herói nacional por serviços prestados à comunidade e por ter levado uma agulha grande e grossa na bunda e continuado muito macho. A homenagem do povo de Niterói".
Triste, porém emotivo.