quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Amor Não É Suficiente

O que seria do amor não houvesse a dor do poeta? Seria algo que teríamos esquecido, como o latim? Seria a linguagem universal de um mundo por baixo do mundo - por dentro do mundo - onde os sofredores dialogariam suas condenações eternas, seu arrependimento interminável de ultrapassar os limites da razão para o espaço Além? Seria a salvação, ou arma biológica?
O que seria do mundo se ainda houvesse o amor? Somos nós os responsáveis, mas isso nos faz os assassinos ou os justiceiros? Fizemos o que podíamos pra sobreviver, como sempre fazemos, como tudo o que fazemos. Crucificamos o amor, e os últimos filhos do Homem estão sendo caçados; é a temporada de caça às bruxas. Os amantes carregam cruzes, cercados por uma floresta de concreto, aonde a vida é dura, já o tenha dito um velho sábio, sábio poeta, que cantava o amor.
O que seria de mim se eu soubesse a linguagem do amor? Seria mais completo, ainda mais simples, ou seria mais um ladrilho na avenida? Substituiria o foco das minhas preocupações, perderia o fogo de viver, acenderia a vontade? Mas eu nem sei o que é amar direito. Não saberia definir se me pedissem. E não sei se isso me faz tanta diferença. Talvez um dia eu saiba a diferença; talvez saber a diferença seja a resposta, a diferença em si.
Talvez um dia eu pare de me perguntar esse tipo de coisas.

Nenhum comentário: