quinta-feira, 25 de outubro de 2007

A caixa dos sonhos abandonados

Novamente, não consegui dormir.
A dor não é a pior parte, mas sim saber que não há nada para ser feito (por minha parte) quanto à ela.

Por isso, resolvi me livrar de tudo que causa dor. Peguei uma caixa bem grande. Escrevi um nome em um adesivo e colei nela. E guarde lá dentro tudo o que me causa dor quando eu vejo.
Fotos, bichinhos de pelúcia, bilhetes, ingressos de cinema, artesanatos, filmes, porta retratos, papéis de bombom, cartões, letras das "nossas músicas", certezas absolutas abandonadas e sonhos despedaçados. Fechei a caixa.

Ela está aqui, pesada, ao meu lado. Não sei o que fazer com ela. Tenho vontade de queimá-la, jogá-la de um penhasco, para nunca mais lembrar de todas as coisas ruins de um relacionamento. Mas também não quero de modo algum me desprender dela, porque eu nunca vou querer esquecer de todas as maravilhas que vivi enquanto o amor foi infinito.

Tomei a decisão de guardá-la, num lugar bem fundo e escondido. Para pelo menos saber que ela está lá. E quando a saudade bater demais, eu vá abri-la. Sei que no começo, provavelmente eu vou passar muito tempo olhando para cada um de seus conteudos. Só espero que com o tempo eu precise ir vê-la cada vez menos. Até que um dia a necessidade de consultar a caixa passe e eu até esqueça que ela existe, que ela está escondida.

Amanhã eu vou guardar a caixa. Mas hoje ela ainda fica aqui no meu quarto. Pelo menos hoje eu não quero tentar esquecer de nada.
Até amanhã, caixa. Até amanhã, infinitos sonhos e possibilidades que nunca virão a ser. Fiquem aqui comigo hoje e me preparem para o que está por vir.

E amanhã vai ser um novo dia.

3 comentários:

Anônimo disse...

É uma pena que vc tenha feito isso!

Oráculo disse...

Como te disse na aula, também tenho minha Caixa de Pandora guardada no armário. O importante não é apagar, e sim aceitar e continuar escrevendo.

Guilherme Alfradique Klausner disse...

Oráculo falou sabiamente. Não apague, continue escrevendo. E quando parar para reler, certifique-se que não deixou nenhuma frase sem ponto final...