sábado, 31 de maio de 2008

Manhã Má

Existem os dias ruins, os muito ruins, e os dias em que o relógio para. Os ceifadores vêm então em nosso encalço, tentando se alimentar de nossas emoções - sejam lá qual forem - nos fazendo fracos, podres, pobres. Pois quando os relógios param, fomos encontrados, e não há escapatória. E hoje foi um desses dias. E dessa vez, não posso culpar o Cisne Gigante - que será apresentado em breve, - pois os motivos que minam minha auto-estima como fungos são reais, acontecimentos sólidos; não posso culpar mais uma vez o abstrato, visto que tudo isso aconteceu como concreto jogado em minhas costas. Não foi culpa minha. E agora, sento-me aqui, em frente ao monitor, tentando transferir pra um papel virtual o zumbido de vespas em meus ouvidos, tão real quanto tudo que o antecede, mas tampouco realmente ali; tão familiar, mas ao mesmo tempo, completamente diferente.

Mas acho que nada disso me surpreendeu. Já tinha me preparado pra esse dia desde o instante em que, chegando na praia, vi um relógio da calçada parado, por entre a chuva que caía violenta.

- Ao som de: From A Second Story Window - Most Of Us Are Normal -

2 comentários:

Guilherme Alfradique Klausner disse...

Nossa... Aguardando a explicação acerca do Cisne Gigante, apesar d'eu já ter me encontrado com ele algumas vezes.

Smokey Mcpot disse...

Perdi algum capítulo da história.
Me lembra de te pedir pra me ligar nos fatos...