sexta-feira, 19 de junho de 2009

O Mais Badalado

Eu amo o acaso, mas às vezes, parece que eu me amo mais. Eu amo a paz, eu amo a guerra. Eu amo os oceanos, eu amo as costas. Mas não tenho amor por ninguém. Talvez isso seja lealdade. Mas ela não sabe, então pouca diferença faz. Eu engano, eu caio, corro até meus sangue virar ácido de bateria. Eu a amo com todo o meu coração. Cada veia, cada vaso, cada bala alojada no peito. Com todas as flores que eu já arranquei do solo. Ela me prometeu granditude, status, uma colocação desejável, acima de todos os outros, meu rosto em louros cobrindo as capas de revistas. Papel como eu nunca havia compreendido. Seus olhos brilham em verde com o logo do meu sonho, o próposito dessa cena, e uma obsessão obscena pelo brilho. Ela seria minha Rainha. Eu seria seu Rei. Ela me daria o nome; e nós dois reinaríamos, pra sempre. E eu nunca mais sentiria dor. E nunca mais me sentiria sem prazer, sozinho; nunca mais. E se a chuva cessasse, e tudo que cerca secasse, ela choraria, pra que dos seus olhos houvesse água pra mim. Ela me ensinaria a voar, até acolchoaria minha queda, se minhas engrenagens um dia travassem, e eu mergulhasse Céu abaixo. Mas ela me manteria no alto... E se um dia eu morresse, ela comissionaria monumentos em minha homenagem, e em sua lástima. Ou talvez ela só se aposentasse: um fósforo aceso no Céu acende as chamas do Inferno. E eu então serei.
E assim começou nosso Reino. A trindade: eu e ela. Nenhum meteorologista poderia prever o que nós passamos - bom ou mal. Nenhum sombreiro evitaria o que o tempo nos reservou. O Céu caia, o Céu chovia, o Céu era o Inferno. E reze pra Deus para que a enchente cesse. "Você vai precisar de um submarino até que ele responda". Você acha que tudo é árido quando é positividade. E este foi mais um Julho em meu verão interminável. E os límpidos entreolhavam, por entre suas histórias de pais desfalecidos e mães desesperadas, mas não o suficiente para mantê-los de nós. Pressionados a rir de uma vida não veloz, e lutando contra o resto da classe. "Você pode sentir?" - foi o que fui perguntado. "Você a ama?" - eu disse "eu não sei". As Ruas têm meu coração, O Jogo tem minha alma, e uma vez perdida de sol nascente não marcaria sua alma, jamais. Eis que o remetente era uma mãe chorosa de um filho desonroso: quem é a mãe para uma filha de quem eu sou pai à distância? Minha nova dama me deu uma Mercedes e um colar com uma chave sólida de ouro, como a partida de um carro, o abridor de um portão, ou dois quilos do puro. Você me deu um sonho, mas e recentemente? E então eu ri, Cisne. Justo na cara dela. Mas existem mais peixes no oceano, e eu estou na minha missão para ser.
Que Deus tenha simpatia, e perdoe meus dias de Hiena.
Essas são crônicas, emergidas do túmulo para fazê-lo perder seu ano escolar, e perseguir um Graal Profano como um tolo, partilhar idéias com os vagantes das piscinas, falando rápido como um meliante.
Não existe um Céu acima de você, nem um Inferno abaixo, e nenhum dos dois o aceitaria.
Então segure suas lágrimas quando estiver ausente, e mantenha sua fé, enquanto procuramos o Ser.

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