segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Com Nada Por Baixo

Ah, como eu te quero. Te vejo tão linda assim, do meu lado, tão parecida comigo, mas tão diferente, e vejo que eu e você não devíamos - nem podemos - estar separados. Seu lugar é comigo, e eu posso te fazer feliz; posso te fazer melhor, mais forte, uma pessoa mais completa. Mas eu não tenho coragem... Eu me contento em olhar pra você, enquanto você olha pra mim, e nós dois sorrimos, como amantes no Ano Novo, e nos convencemos que esse ano ficaremos juntos. Ah, como eu te desejo. Se só você soubesse o quanto eu penso em você... Quantas noites eu já lembrei da sua voz antes de dormir... O quanto você me hipnotiza. Queria saber se você ainda me quer como já quis, embora saiba que você nunca vai me querer tanto quanto te quero. Mas tudo bem, eu aprendo a viver com isso; nesses anos, aprendi a ser um homem mais forte do que qualquer coisa que aconteça. Eu só queria te beijar outra vez, e dessa vez, com emoção, com esperança, não com medo e insegurança, como das outras vezes. Queria sentir esse seu beijo, que me amaldiçoa, e eu lembro exatamente como seus lábios tocam os meus, e se encaixam perfeitamente, como metades separadas de um círculo. Brinca com o amor, querida, brinca como a menina sem juízo que és, porque um dia você será minha, e um dia eu vou te fazer feliz. Esse teu coração de menina vai perceber que ninguém além de mim vai te fazer completa. Você brinca com o amor, mas tudo bem, eu espero você amadurecer. Por você, eu espero até o fim do mundo. Nossas peles formam o mesmo desenho, nossos olhos, o mesmo mosaico. Ah, como você é linda. Eu perderia a noite escrevendo sobre você. Seu cabelo, seu olhar, sua voz, seu sorriso, sua ebriedade, sua falta de segurança, sua incerteza, seus ventos nordestes colidindo com os ventos frios do sul e dançando ao som de trezentas folhas caindo no Outono duradouro entre os dois palmos que nos separam. Continue apaixonada por mim, desse seu jeito eloquente e juvenil, e eu vou estar sempre amarrado entre seus dedos, e sorrindo como sorrio agora, quando devia odiar a minha vida por não te ter, mas a adoro e cortejo por te ver. Eu, pistoleiro por formação, mestre no ofício, ajoelho à sua vontade, se assim você quiser. Faço qualquer coisa por você, e queria que você tivesse coragem de fazer por nós dois o que eu não tenho coragem de fazer por mim mesmo: dar o primeiro passo. Começar, virar a chave, ligar a ignição, dar o primeiro sopro, o primeiro beijo, a primeira palavra. Por mais cabeças que eu conte na minha parede, a sua vai sempre ficar vaga, se depender de mim. Você me drena a coragem, bela sirene. Perto de você, eu me torno menos que um pistoleiro, menos que um cavalheiro, menos que um homem, menos que um garoto: me torno um trilhador de cordas-bambas, e um poeta vagabundo, morto por uma culpa de artista.

Você brinca apaixonada, você raramente continua apaixonada; posso dizer que você desistiu de seu coração, queimando nossas bocas e nossos olhos e nossos olhos e nossos olhos e nossos olhos e nossos claros olhos em luzes douradas e verdes que nunca esqueceremos pelo resto de nossas vidas.

Eu estou feliz. Não sei porque, pois não devia estar. Mas estou feliz. Sorriam, ergam seus copos, e sejam maiores que a sorte. Enquanto permanecermos interiormente superiores à sorte, ao acaso, ou ao destino, seremos eternamente felizes. Um brinde, senhores, à uma noite que lembraremos pro resto de nossas vidas.

- Ao som de: Secret Lives Of The Freemasons - It Only Took A Whisper -

2 comentários:

Anônimo disse...

eta porra...

eu li tudo!!

Smokey Mcpot disse...

Ah, que bonitinho.
Um post romântico vindo de você ^^

OBS: Não vou postar hoje porque estou puto demais e quero matar um pedreiro...